Um motorista de aplicativo foi baleado na última quinta-feira (18), no bairro de Barros Filho, Zona Norte do Rio de Janeiro, após se recusar a alterar o destino final da corrida solicitada por dois passageiros. O caso chama atenção pela violência e pelo risco diário enfrentado por profissionais do transporte por aplicativo, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade.
Segundo relato da vítima, a corrida teve início com destino à estação de Metrô da Pavuna, também na Zona Norte. No entanto, ao chegarem ao local combinado, os passageiros solicitaram que o motorista seguisse até outro endereço, alegando que lá fariam o pagamento da corrida. Desconfiado da situação, o motorista se recusou a seguir até o novo local, afirmando que a rua indicada era deserta e considerada perigosa.
A negativa gerou uma reação imediata e violenta. Um dos criminosos sacou uma arma de fogo ainda com o carro em movimento, e começou uma luta corporal com o motorista dentro do veículo. Durante a briga, o trabalhador foi baleado. Com o ferimento, ele perdeu o controle do carro, que acabou colidindo em um local não informado. Para completar o drama, um dos passageiros ainda roubou o celular da vítima antes de fugir.
O motorista, mesmo ferido, conseguiu buscar socorro. Até o momento, não há informações sobre seu estado de saúde, nem se os criminosos foram identificados ou presos. A Polícia Civil investiga o caso e tenta localizar os responsáveis pelo ataque. A Delegacia da região já solicitou imagens de câmeras de segurança próximas ao local do embarque e da colisão para tentar identificar os suspeitos.
O episódio levanta novamente o debate sobre a segurança dos motoristas de aplicativo, que frequentemente são expostos a situações de risco durante o trabalho. Muitos deles relatam ter que tomar decisões difíceis em frações de segundos, como aceitar ou não determinados trajetos, especialmente quando se deparam com áreas conhecidas por altos índices de violência.
Associações de motoristas também voltaram a cobrar mais medidas de segurança por parte das plataformas de transporte, como a exigência de identificação facial para passageiros em determinadas áreas e a possibilidade de recusar rotas consideradas perigosas sem penalizações.
A população local também ficou assustada com o episódio. Moradores da região de Barros Filho afirmaram que crimes do tipo têm se tornado mais comuns e pedem maior presença policial nas vias do bairro.
Enquanto a investigação segue, o caso serve como alerta para motoristas e usuários de aplicativos: a segurança deve ser prioridade, e situações suspeitas devem ser denunciadas imediatamente às autoridades.