Por anos, Mário Nunes da Silva, de 47 anos, viveu como um cidadão comum em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. Aparentemente, ele era mais um trabalhador entre tantos outros que tentam a vida longe da criminalidade. Mas por trás da rotina discreta e do comportamento tranquilo, havia um passado criminoso e uma sentença de prisão que Mário tentava deixar para trás.
O disfarce caiu nesta semana, quando agentes da Delegacia de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, cumpriram um mandado de prisão contra ele no bairro Village Jacuecanga, em Angra. A prisão só foi possível graças a um trabalho conjunto entre os setores de inteligência das Polícias Civis do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Mário foi condenado à revelia pela Justiça paulista a oito anos de prisão por envolvimento em roubos a ônibus na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. Os crimes, que colocaram em risco a vida de passageiros e motoristas, ocorreram há alguns anos, e desde então o homem estava foragido.
De acordo com os investigadores, o condenado vinha mantendo uma rotina discreta no município de Angra dos Reis, trabalhando regularmente e evitando qualquer situação que pudesse atrair a atenção das autoridades. A estratégia foi bem-sucedida por um tempo, mas o cerco se fechou com o avanço da troca de informações entre os estados.
A prisão ocorreu sem qualquer resistência. Mário foi abordado em seu local de trabalho, surpreendido pela chegada dos policiais. Sem tentar fugir ou reagir, ele foi conduzido para a delegacia, onde teve sua identidade confirmada e foi informado sobre a condenação que pesava contra ele.
Segundo fontes ligadas à investigação, o caso é mais um exemplo de como criminosos tentam escapar da Justiça mudando de estado e levando vidas aparentemente normais. No entanto, os avanços na integração dos sistemas de inteligência e a cooperação entre os entes policiais vêm dificultando essa prática.
Agora, Mário Nunes da Silva será transferido para o sistema prisional de São Paulo, onde deverá cumprir a pena imposta pela Justiça. A operação é mais um reforço do compromisso das forças de segurança em manter a vigilância ativa sobre foragidos da lei, independentemente do tempo ou da distância.
A prisão do foragido serve como alerta de que o passado criminal pode até ser deixado de lado por um tempo, mas cedo ou tarde, a Justiça encontra seu caminho.