Phillip da Silva Gregório, de 37 anos, conhecido como “O Professor”, é apontado como um dos chefes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Há pelo menos cinco anos, ele vive recluso no Complexo do Alemão, onde comanda a compra de armas e drogas sem jamais sair da favela. O motivo? O medo constante de ser preso novamente. Para manter-se longe dos olhos da polícia — e ainda assim cuidar da aparência — o criminoso montou uma estrutura clandestina dentro de casa para realizar procedimentos estéticos como lipoaspiração, implante capilar e tratamentos dentários.
Segundo a polícia, a operação da quadrilha liderada por Gregório é altamente organizada. Além do tráfico de entorpecentes e armas, o grupo é suspeito de pagar propina a agentes de segurança pública para evitar ações policiais nas comunidades dominadas pela facção. Essa rede de corrupção garante ao chefe do tráfico uma espécie de “zona de conforto” dentro do morro, onde ele se sente protegido e blindado contra operações.
Não é a primeira vez que o nome de Phillip aparece nos registros da polícia. Em 2012, ele foi preso após agentes encontrarem documentos contábeis em sua residência, detalhando a movimentação financeira do crime organizado. Os papéis revelaram um verdadeiro “livro-caixa” da quadrilha, com registros de entrada e saída de dinheiro relacionados à venda de drogas, compra de armamento e até pagamento de propinas.
Nos processos em andamento, Gregório responde por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Mesmo cercado por escândalos e investigações, ele conseguiu manter o controle sobre as finanças do tráfico e, com isso, garantir uma vida de luxo dentro do próprio território.
A última prisão ocorreu em março de 2025, quando ele foi capturado em um sítio usado pela organização criminosa para armazenar drogas, armas e munições. O local funcionava como entreposto logístico das operações do Comando Vermelho, mas acabou sendo descoberto após um trabalho de inteligência da polícia.
A revelação de que Gregório mantinha uma clínica clandestina em sua própria casa evidencia não só o poder do crime organizado em comunidades dominadas por facções, mas também o nível de sofisticação e audácia de seus líderes. Enquanto a polícia busca formas de combater o tráfico, “O Professor” transformava seu esconderijo em um centro estético particular, longe dos olhos da lei.