A dor de mais uma família se junta às estatísticas de feminicídio que assolam o Brasil. Fabíola de Andrade Coutinho, uma estudante de 24 anos, foi brutalmente assassinada a facadas nesta sexta-feira (9), no bairro de Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro. O autor do crime é o ex-namorado, Sérgio Ricardo da Silva, atendente de petshop, que não aceitava o fim do relacionamento.
Sérgio, que já possuía 10 anotações por ameaça e perseguição, armou uma cilada cruel: criou um perfil falso no Facebook para atrair Fabíola até o local onde a matou. Segundo relatos, ele vinha fazendo ameaças constantes após o término. Fabíola foi morta na emboscada, sem chance de defesa. O criminoso foi preso em flagrante, após populares acionarem a polícia.
Fabíola morava no Jacarezinho e tinha sonhos grandes: queria cursar Direito. Sua mãe, Ana Flávia de Andrade, desabafa em meio à dor:
“Depois que eles brigaram e ela terminou, ele não parou de ameaçá-la. Chegou a ir na casa da minha sobrinha duas vezes e ameaçou ela também. Minha filha caiu numa armadilha. Ele marcou um encontro, fingindo ser outra pessoa, e matou ela.”
O caso escancara a impotência das vítimas diante de homens que insistem em controlar, perseguir e, por fim, matar.
“Eu só quero justiça. Cada dia está pior. Todo dia morre uma mulher vítima de feminicídio. Todo dia, todo instante”, desabafa Ana Flávia, em lágrimas.
A morte de Fabíola reacende o alerta sobre a urgência de medidas eficazes contra a violência de gênero. Quantas mais terão que morrer até que haja uma resposta contundente da Justiça e do Estado? Até quando mulheres precisarão viver com medo, sendo vigiadas, perseguidas e mortas por quem dizia amá-las?
Fabíola não é apenas mais uma vítima. Ela é símbolo de uma luta que precisa ser levada a sério por toda a sociedade.