Durante o velório do agente da CORE brutalmente assassinado por traficantes da Cidade de Deus, o secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, fez um pronunciamento forte e carregado de emoção. Diante de familiares, colegas de farda e imprensa, Curi garantiu que a Polícia Civil vai agir com firmeza e inteligência para dar uma resposta à altura da barbárie cometida contra um de seus homens.
“Vamos responder de forma adequada. Não com alarde, mas com investigação e inteligência. A Polícia trabalha em silêncio”, afirmou Curi, visivelmente consternado com a perda do agente, vítima de uma emboscada cruel atribuída ao Comando Vermelho (CV), facção que domina a comunidade da Cidade de Deus.
A declaração vem em meio a uma crescente tensão entre as forças de segurança e o tráfico de drogas nas principais comunidades do Rio. O assassinato do agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), braço de elite da Polícia Civil, foi interpretado nos bastidores da corporação como uma afronta direta — e, segundo fontes internas, a resposta não deve demorar.
Apesar do tom contido do secretário, o clima entre os policiais é de revolta e sede de justiça. A estratégia, segundo ele, será baseada em inteligência e operações pontuais, evitando confrontos diretos que possam gerar vítimas inocentes. “A guerra contra o crime não se vence com espetáculo, mas com investigação precisa e ação certeira”, ressaltou.
O corpo do agente foi sepultado sob fortes homenagens, e o cortejo contou com grande presença de colegas da corporação, que não esconderam a emoção e o sentimento de indignação com a forma covarde como o policial foi executado. O nome do agente ainda não foi divulgado oficialmente por questões de segurança.
A morte reacende o debate sobre a violência urbana e a ousadia crescente do crime organizado no Rio de Janeiro, que já não hesita em confrontar forças estatais. Para muitos, o que está por vir pode ser uma verdadeira guerra silenciosa, conduzida nos bastidores da cidade, longe das câmeras, mas com o peso e a frieza de quem jura vingança com provas e prisões.
O recado foi dado. E, pelo que tudo indica, o silêncio da Polícia Civil pode ser mais ensurdecedor do que qualquer sirene.