Uma declaração polêmica feita por um delegado de polícia está causando grande repercussão nas redes sociais e no meio artístico. Durante uma entrevista, o delegado afirmou que o cantor de funk Poze do Rodo seria um “falso artista” e que suas músicas têm um impacto social mais nocivo do que a própria violência armada praticada por traficantes.
“As músicas desse falso artista têm um alcance incalculável e, muitas das vezes, são muito mais lesivas do que um tiro de fuzil disparado por um traficante”, disse o delegado, sem poupar palavras.
A crítica faz referência ao conteúdo das músicas do funkeiro, conhecido por letras que abordam temas como ostentação, vida no crime e confrontos com a polícia. Segundo o delegado, esse tipo de mensagem, amplamente disseminada entre jovens de comunidades carentes, contribui para a normalização da criminalidade e influencia negativamente o comportamento de parte da população.
“Quando um traficante dispara um fuzil, o dano, apesar de grave, é localizado. Mas quando um artista com milhões de seguidores glorifica o crime em suas músicas, o estrago se espalha em larga escala, atingindo mentes e valores”, completou o delegado.
Poze do Rodo ainda não se pronunciou oficialmente sobre a fala, mas seus fãs já reagiram nas redes sociais, defendendo o cantor e acusando o delegado de preconceito e tentativa de censura. Para muitos admiradores, Poze é a voz de uma realidade vivida por milhões e usa sua arte para expressar vivências que muitas vezes são ignoradas pela sociedade.
Especialistas dividem opiniões sobre a polêmica. Enquanto alguns concordam que há uma responsabilidade social por parte de artistas com grande alcance, outros lembram que a arte reflete a realidade e não deve ser responsabilizada pelos problemas estruturais do país.
A discussão acende novamente o debate sobre os limites da liberdade de expressão, o papel da cultura nas periferias e até que ponto a música pode ser considerada uma influência direta sobre comportamentos criminosos.
A declaração do delegado deve seguir repercutindo e promete gerar ainda mais debates sobre o papel do funk e de artistas como Poze do Rodo no cenário social e cultural do Brasil.