Na noite em que sairia apenas para comprar um lanche, Herus Guimarães, de 22 anos, foi morto a tiros por policiais militares durante uma festa junina na Zona Norte do Rio de Janeiro. O caso revoltou familiares e moradores da região, que denunciam uma ação violenta e desproporcional da Polícia Militar. A mãe do jovem, inconsolável, trouxe à tona detalhes que escancaram a dor e a indignação com a morte do filho.
“Meu filho morreu com o pagamento do Pix aberto, quando comprava um lanche pra gente. Não é possível que a polícia não viu as fantasias brilhando. Eu não acredito que eles não viram”, desabafou, aos prantos, a mãe de Herus. Segundo ela, o filho estava em uma festa tradicional de bairro, onde os participantes usavam roupas típicas e adereços chamativos — o que tornava difícil confundir os presentes com qualquer tipo de ameaça.
Testemunhas afirmam que a abordagem da polícia foi repentina e violenta, gerando pânico entre os participantes do evento. Herus foi atingido enquanto usava o celular para realizar um pagamento via Pix a um vendedor ambulante. Ainda de acordo com relatos, não havia confronto ou troca de tiros na área no momento da ação policial.
O caso gerou forte comoção nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a letalidade das ações da PM no estado. Herus, descrito por amigos e familiares como um jovem tranquilo, trabalhador e muito ligado à mãe, teve a vida interrompida de forma brutal.
A Defensoria Pública e organizações de direitos humanos cobram explicações e uma investigação rigorosa. “Não há justificativa para um jovem desarmado, em uma festa de rua, com o celular na mão, ser confundido e morto dessa forma. Isso é inaceitável”, afirmou um representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.
A Polícia Militar informou que os agentes envolvidos serão ouvidos e que a Corregedoria está apurando as circunstâncias do ocorrido. No entanto, para a mãe de Herus, nenhuma investigação será capaz de trazer o filho de volta: “Ele saiu só pra comprar um lanche. Nunca mais voltou.”