Uma nova e explosiva revelação vem agitar ainda mais o cenário político nacional. Em depoimento recente, o tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — revelou que o próprio Bolsonaro ordenou que o então Ministro da Defesa recebesse um hacker, contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), com o objetivo de sabotar o sistema das urnas eletrônicas.
A revelação escancara um possível plano golpista de bastidores que envolvia nomes centrais do antigo governo e aponta diretamente para a cúpula do poder. Segundo Cid, não se tratou de uma iniciativa isolada da deputada Zambelli. A tentativa de ataque ao sistema eleitoral teria contado com o aval — e a coordenação direta — do próprio ex-presidente, que já esteve preso anteriormente e hoje figura como um dos principais investigados em diversos inquéritos que apuram crimes contra a democracia.
O hacker, que teria sido trazido à tona por Zambelli, foi recebido com total respaldo institucional, por ordem expressa de Bolsonaro. O encontro com o ministro da Defesa tinha como objetivo abrir caminho para a exploração de brechas no sistema eleitoral brasileiro, desacreditando as urnas e alimentando o discurso de fraude que Bolsonaro e seus aliados vinham sustentando há meses.
A fala de Mauro Cid, que vem cooperando com as autoridades em troca de benefícios judiciais, lança luz sobre o grau de articulação do grupo bolsonarista contra o processo democrático. Se confirmadas as informações, trata-se de uma tentativa orquestrada de minar as eleições de 2022 — um atentado à soberania do voto popular e ao Estado de Direito.
A pergunta que paira agora é: haverá consequências? A população, a Justiça e o Congresso terão a coragem de agir diante de um possível golpe articulado desde os altos escalões do poder?
Enquanto isso, o Brasil assiste, estarrecido, ao desenrolar de uma trama que, a cada nova revelação, deixa ainda mais evidente o abismo entre o que se esperava de um presidente da República e o que realmente foi entregue.