A Justiça Federal de São Paulo anulou, nesta terça-feira (11), um dos principais documentos que sustentavam uma das frentes da Operação “Sem Desconto”, da Polícia Federal, que apura um grande esquema de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A decisão foi assinada pelo juiz Massimo Palazzolo, da 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo, e atinge diretamente o Relatório de Inteligência Financeira (RIF) nº 109.535, produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Esse relatório havia sido utilizado como base para investigações e diligências que miravam uma rede suspeita de desviar recursos do INSS.
📉 Relatório declarado ilícito
O magistrado considerou que o relatório foi produzido sem autorização judicial prévia, o que configura uma “fishing expedition” — termo jurídico utilizado para descrever buscas genéricas e não fundamentadas por provas. Por isso, tanto o documento quanto todas as provas obtidas a partir dele foram declaradas ilícitas e invalidadas no processo.
📂 Investigação continua com outras provas
Apesar da anulação do relatório, o juiz não paralisou o caso. Ele ressaltou que há outras fontes de prova ainda válidas, como reportagens jornalísticas, depoimentos e documentos obtidos de forma legal, que sustentam a continuidade da investigação.
Entre os nomes citados no relatório anulado estão Antonio Carlos Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti, dois dos principais alvos da operação. Ambos foram apontados como integrantes de um esquema milionário que fraudava benefícios previdenciários com apoio de servidores e intermediários.
⚖️ Impacto jurídico relevante
A decisão reacende o debate sobre os limites da atuação de órgãos como o Coaf e sobre a necessidade de autorização judicial para monitoramentos financeiros detalhados. Juristas ouvidos pela imprensa afirmam que a medida do juiz Palazzolo poderá influenciar outras investigações semelhantes em andamento no país.
🔎 Operação “Sem Desconto”
Deflagrada em 2023, a operação busca desarticular um grupo criminoso acusado de desviar milhões de reais dos cofres públicos por meio de fraudes em aposentadorias, auxílios e pensões. O esquema envolvia falsificações de documentos, criação de beneficiários fantasmas e movimentações financeiras suspeitas.
💬 Em resumo: a Justiça anulou uma prova-chave, mas a investigação segue firme com base em elementos ainda considerados legais. As autoridades prometem novos desdobramentos nos próximos dias.
Fontes: CNN Brasil, Folha, UOL Economia