Um crime brutal chocou moradores de Bangu na tarde desta sexta-feira (20). Um homem foi executado a tiros na Estrada da Cancela Preta, uma das principais vias da região. De acordo com informações obtidas pela nossa reportagem, a vítima era ex-integrante da milícia que atuava na favela do Catiri e, atualmente, trabalhava como motorista de aplicativo.
O assassinato ocorreu por volta das 13h e rapidamente atraiu a atenção de quem passava pelo local. Testemunhas relatam que ouviram vários disparos de arma de fogo e, minutos depois, encontraram o homem caído próximo ao meio-fio, já sem vida. A cena gerou pânico entre moradores e motoristas que transitavam pela área no momento do crime.
De acordo com os relatos, os criminosos chegaram em um carro de cor escura, efetuaram os disparos e fugiram em alta velocidade. Não houve tempo para reação. “Foram muitos tiros, uns dez ou mais. Depois só vimos o corpo estendido no chão”, contou um comerciante da região, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Policiais do 14º BPM (Bangu) foram os primeiros a chegar ao local e imediatamente isolaram a área para preservar a cena do crime. A perícia foi acionada e realizou os primeiros levantamentos ainda no final da tarde. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ficará responsável pela investigação do caso.
Segundo fontes da polícia, a vítima, cujo nome ainda não foi oficialmente divulgado, já havia sido investigada por envolvimento com milicianos da região de Bangu e Realengo, com atuação direta no controle da comunidade do Catiri. Apesar de ter se afastado da atividade criminosa, ele ainda era visto com desconfiança por rivais e também por antigos aliados, o que levanta a possibilidade de uma execução com motivação ligada a acertos de contas.
A hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) foi praticamente descartada, uma vez que os pertences da vítima estavam todos com ele, incluindo celular e carteira. Os investigadores acreditam que o homem foi deliberadamente emboscado e morto com características de execução, prática comum em disputas entre facções ou ex-membros que rompem com antigos grupos criminosos.
Moradores da região vivem sob constante tensão, já que o bairro de Bangu é marcado por disputas entre traficantes, milicianos e grupos paramilitares. A presença dessas facções transforma o cotidiano em um verdadeiro campo de guerra silencioso, onde qualquer um pode ser pego no fogo cruzado.
A Polícia Civil pede a colaboração da população com denúncias anônimas que possam ajudar a identificar os responsáveis. Informações podem ser repassadas pelo Disque Denúncia (2253-1177).
Enquanto isso, familiares da vítima foram localizados e compareceram ao local em estado de choque. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), e o sepultamento deve ocorrer nos próximos dias.
A cidade assiste a mais um episódio da violência urbana que não dá trégua na Zona Oeste do Rio.