Em um movimento que promete acirrar ainda mais o debate político global, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi formalmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz nesta terça-feira, 24 de junho de 2025. A indicação partiu do deputado republicano Buddy Carter, representante do estado da Geórgia, que exaltou o papel “extraordinário e histórico” de Trump na mediação de um cessar-fogo entre Israel e Irã — dois inimigos históricos no cenário geopolítico do Oriente Médio.
De acordo com a carta enviada por Carter ao Comitê do Nobel, o ex-presidente americano teve papel decisivo para evitar que o Irã — descrito como “o maior Estado patrocinador do terrorismo do mundo” — obtivesse uma arma nuclear. O parlamentar ressaltou que, mesmo diante de um cenário crítico e hostil, Trump conseguiu intervir diplomaticamente com firmeza e precisão, alcançando um acordo de cessar-fogo que muitos consideravam impossível.
Trump anunciou o fim da ofensiva no dia 23 de junho, dois dias depois de autorizar ataques a três instalações nucleares iranianas localizadas em Fordow, Natanz e Isfahan. A breve mas intensa escalada de tensão ficou conhecida como a “Guerra de 12 Dias”. Acredita-se que a ofensiva estratégica, seguida de uma pressão diplomática coordenada, levou ao fim do confronto e ao estabelecimento do cessar-fogo entre as nações.
Apesar da repercussão internacional da indicação, Trump demonstrou ceticismo quanto à possibilidade de receber o prêmio. Em uma publicação nas redes sociais, o ex-presidente de 79 anos desabafou:
“Não vou ganhar o Nobel da Paz, não importa o que eu faça. Já ajudei a alcançar paz entre Ruanda e Congo, Índia e Paquistão… mas nada disso importa para o comitê.”
Trump também aproveitou para alfinetar o Comitê do Nobel, dizendo que a instituição costuma favorecer políticos de esquerda. Ele recordou ainda que jamais foi reconhecido por sua contribuição nos Acordos de Abraão, assinados em 2020, que normalizaram as relações diplomáticas entre Israel e vários países árabes, como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.
A matéria também recorda que apenas três presidentes norte-americanos receberam o Nobel da Paz enquanto estavam no cargo: Teddy Roosevelt (1906), Woodrow Wilson (1919) e Barack Obama (2009). Caso Trump seja laureado, se tornaria o quarto presidente dos EUA a conquistar o prestigiado reconhecimento — e o primeiro a fazê-lo fora do mandato presidencial.
A indicação reacende o debate sobre a politização do Prêmio Nobel e levanta questões sobre como as ações diplomáticas devem ser avaliadas em contextos de guerra. Independentemente da decisão final do Comitê, o episódio já se tornou mais um capítulo polêmico na trajetória política de Donald Trump.