O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira (10) que as tarifas de até 50% anunciadas por Donald Trump contra produtos brasileiros representam, na verdade, um “reconhecimento” ao seu trabalho diplomático junto ao governo americano.
Segundo o parlamentar, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, as medidas seriam uma forma de pressionar o governo Lula e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, por conta do que chamou de “abusos e autoritarismo no Judiciário brasileiro”.
“Essas tarifas são uma reação clara aos desmandos de Moraes e à ruptura do Brasil com os valores do mundo livre, como a liberdade de expressão, a democracia e o Estado de Direito”, afirmou Eduardo em uma publicação nas redes sociais.
Eduardo Bolsonaro é um dos principais interlocutores da direita brasileira com políticos conservadores nos Estados Unidos. Ele já foi recebido por Trump em encontros privados e mantém forte ligação com nomes como Steve Bannon, ex-estrategista do ex-presidente norte-americano.
De acordo com Eduardo, as sanções comerciais seriam uma maneira simbólica dos EUA expressarem “repúdio ao alinhamento do governo brasileiro com regimes autoritários como China, Venezuela e Irã”.
A fala acontece após Trump prometer “tarifas duras” contra países que, segundo ele, “não respeitam os interesses americanos”. O Brasil foi citado nominalmente, o que gerou preocupação em setores da indústria e do agronegócio.
Até o momento, o Itamaraty e o Palácio do Planalto não se manifestaram oficialmente sobre as declarações do deputado. Nos bastidores, no entanto, há receio de que a retórica de Eduardo Bolsonaro possa acirrar ainda mais as tensões diplomáticas entre os dois países.