🔴 REVOLTA E JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS: MULTIDÃO LYNCHA E INCENDEIA SUSPEITO DE FEMINICÍDIO EM TONANTINS (AM)
Uma noite de horror e fúria tomou conta do município de Tonantins, no interior do Amazonas, a cerca de 850 km de Manaus, neste sábado (2). Em um episódio que escancara a sensação de impunidade e o colapso da segurança pública local, populares invadiram a delegacia da cidade, lincharam e queimaram vivo um homem acusado de feminicídio.
O suspeito, conhecido apenas como “Compensa”, era apontado como autor do brutal assassinato de sua companheira, Valdilene Prestes. De acordo com moradores e familiares da vítima, ele era temido na comunidade por seu histórico de violência, envolvimento com drogas e comportamento agressivo. Valdilene, segundo relatos, já havia tentado se separar dele diversas vezes, sem sucesso.
Na última semana, o crime aconteceu de forma covarde. Valdilene descansava em uma rede quando foi surpreendida com uma facada no pescoço. A filha dela, uma criança que é enteada do agressor, também foi esfaqueada, mas sobreviveu e está em recuperação.
Após o ataque, “Compensa” fugiu e foi capturado por forças policiais, sendo levado à 54ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP). Porém, o que parecia ser o início de um processo judicial foi interrompido pela revolta popular.
Na noite de sábado, uma multidão invadiu a delegacia, retirou o suspeito à força da cela e iniciou um espancamento brutal em plena calçada. Em meio aos gritos de vingança, o corpo do acusado foi incendiado diante de dezenas de pessoas, muitas delas filmando a cena. As imagens, que circularam nas redes sociais, mostram o nível extremo de desespero e indignação da população.
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) ainda não confirmou todos os detalhes do episódio e informou que as investigações estão em andamento. Não há, até o momento, informações sobre prisões de envolvidos no linchamento.
O caso reacende o debate sobre o aumento de feminicídios no interior do Amazonas e a falta de confiança da população nas instituições. Em setembro de 2024, um episódio semelhante ocorreu em Jutaí, onde outro acusado foi morto dentro da delegacia por populares, acusado de estuprar e matar uma criança. Na ocasião, a polícia identificou e prendeu parte dos envolvidos.
O clima em Tonantins é de tensão, luto e revolta. Valdilene Prestes é mais um nome a engrossar a trágica estatística de mulheres mortas por seus companheiros. E a resposta popular violenta escancara: quando o Estado falha, a justiça das ruas toma o controle.