O ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou, nesta quinta-feira (7), atendimento médico urgente ao ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações que levaram à sua prisão. A solicitação foi feita por meio de sua defesa, que alegou agravamento de crises de saúde desde o início da detenção.
A equipe jurídica de Bolsonaro entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um laudo médico detalhado, mencionando complicações no quadro clínico, como dores abdominais persistentes e instabilidade emocional, agravadas após a ordem de prisão expedida por Moraes. Segundo aliados próximos, as crises teriam se intensificado em decorrência do estresse gerado pela decisão judicial, além das restrições de contato e visitas impostas nas primeiras 48 horas.
Apesar de já ter autorizado visitas de familiares diretos, o ministro Alexandre de Moraes ainda não liberou o acesso de assessores, médicos particulares e aliados políticos, que aguardam aval do STF para encontrá-lo ou acompanhar qualquer procedimento médico.
Fontes ligadas à defesa afirmam que o ex-presidente tem um histórico conhecido de problemas intestinais e dores abdominais crônicas, desde o atentado sofrido em 2018 durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG). Ainda segundo essas fontes, Bolsonaro também enfrenta dificuldades para se alimentar adequadamente no atual ambiente de custódia, o que estaria prejudicando ainda mais sua condição física.
A solicitação do atendimento médico foi acompanhada de um pedido de transferência temporária para uma unidade hospitalar particular no Distrito Federal, o que dependerá de autorização do STF. A equipe médica do sistema penitenciário, por sua vez, já realizou uma avaliação inicial e emitiu parecer afirmando que, até o momento, não há risco iminente à vida, mas que o quadro exige acompanhamento constante.
O caso reacende os debates sobre as condições de detenção de ex-chefes de Estado e sobre o papel do Supremo Tribunal Federal na mediação desses episódios de grande impacto político.
Aliados do ex-presidente, incluindo parlamentares da oposição, utilizaram as redes sociais para acusar o STF de tratamento desumano e perseguição política. A base governista, por outro lado, afirma que Bolsonaro está recebendo tratamento compatível com a legalidade e com os protocolos do sistema prisional brasileiro.
Até o momento, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes não se manifestou oficialmente sobre o novo pedido da defesa. A expectativa é de que uma decisão seja proferida ainda nesta sexta-feira (8), dada a urgência médica relatada pelos advogados.
A situação segue em acompanhamento direto por parte da imprensa e das autoridades.