O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu com desafio à recente decisão do governo dos Estados Unidos de oferecer uma recompensa milionária pela sua captura. Após o ex-presidente norte-americano Donald Trump anunciar um prêmio equivalente a R$ 281 milhões (aproximadamente US$ 55 milhões) para quem fornecer informações que levem à sua prisão, Maduro não poupou palavras e partiu para o ataque.
Em um discurso transmitido pela TV estatal venezuelana, diretamente do Palácio de Miraflores, sede do governo em Caracas, o líder bolivariano lançou uma provocação direta:
“Venham me buscar, eu espero vocês aqui em Miraflores. Não demorem, covardes!”, disparou Maduro, gesticulando com firmeza diante de apoiadores.
A oferta de recompensa foi divulgada pelo Departamento de Estado norte-americano como parte de uma ofensiva judicial e diplomática contra membros do alto escalão do governo venezuelano, acusados de envolvimento em narcotráfico internacional, corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo as autoridades dos EUA, Maduro teria participado de um esquema bilionário de tráfico de drogas, utilizando a Venezuela como rota para a distribuição de cocaína com destino ao território norte-americano.
O governo venezuelano, por sua vez, nega todas as acusações e alega que a medida dos EUA é uma tentativa de desestabilizar politicamente o país e derrubar Maduro, que se mantém no poder desde 2013. A retórica de confronto não é novidade: nos últimos anos, Caracas e Washington vêm acumulando embates diplomáticos, sanções econômicas e declarações inflamadas de ambos os lados.
Maduro também aproveitou seu discurso para reforçar a narrativa de resistência contra o que chamou de “imperialismo norte-americano”, afirmando que a Venezuela “não se ajoelhará diante de ameaças” e que o povo venezuelano está “preparado para defender a soberania a qualquer custo”.
“Podem colocar preço, inventar mentiras e mandar mercenários. Aqui, vão encontrar um povo unido e um governo que não se rende”, disse o presidente, sob aplausos da plateia.
Analistas políticos avaliam que o aumento da tensão pode agravar ainda mais a crise humanitária e econômica que atinge a Venezuela, já marcada por hiperinflação, falta de alimentos, êxodo de milhões de cidadãos e repressão a opositores.
Enquanto isso, a recompensa anunciada por Trump já repercute internacionalmente, levantando questionamentos sobre a legalidade e a viabilidade de uma eventual captura de Maduro, que, por ser chefe de Estado, goza de imunidade diplomática em território estrangeiro.
O clima, contudo, segue cada vez mais explosivo — e o recado de Maduro deixa claro que ele não pretende recuar.