A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais abriu investigação contra uma delegada casada com o empresário acusado de matar um gari em Belo Horizonte. O caso ganhou grande repercussão após a prisão do suspeito e a revelação de que, no apartamento do casal, localizado no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH, foi apreendida uma pistola calibre .380 — o mesmo calibre da arma registrada em nome da policial.
O empresário, apontado como autor do crime, teria se envolvido em uma discussão de trânsito com a vítima, um trabalhador da limpeza urbana que estava em serviço no momento do ocorrido. Testemunhas relataram que, antes de efetuar os disparos, o acusado teria proferido ameaças diretas contra o gari. O caso foi registrado pelas autoridades e as investigações iniciais indicam que a motivação pode ter sido fútil.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no apartamento, policiais encontraram a pistola .380. O armamento foi encaminhado para a perícia, que irá comparar projéteis e estojos recolhidos na cena do crime com a arma apreendida, para verificar se foi utilizada na execução. A delegada, esposa do acusado, não estava presente no momento da operação, mas prestará depoimento à Corregedoria para esclarecer a origem e o uso do armamento.
Segundo fontes ligadas à investigação, a principal dúvida é se a arma utilizada no crime pertencia ao empresário ou se foi a registrada em nome da delegada. Caso seja comprovado que o suspeito teve acesso a um armamento de uso particular dela, a policial poderá responder por eventual omissão ou até participação indireta, dependendo das circunstâncias apuradas.
A Polícia Civil informou, por meio de nota, que a apuração é sigilosa e que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a transparência do processo. A instituição reforçou que não compactua com condutas que violem a lei e que, se confirmadas irregularidades, serão aplicadas as sanções cabíveis.
O crime provocou comoção entre colegas e familiares do gari, que agora cobram justiça e punição exemplar. O empresário permanece preso preventivamente, enquanto a investigação segue com análise de imagens, laudos periciais e oitiva de testemunhas.
O caso reacende o debate sobre o acesso a armas de fogo, a responsabilidade de seus proprietários e a necessidade de rigor nas apurações quando o envolvido é um agente da lei ou alguém próximo a ele.