Na madrugada desta quarta-feira (13), a Comunidade do Catiri, no bairro de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi palco de mais um episódio de violência que reflete a escalada no uso de tecnologia bélica no crime organizado.
Segundo informações preliminares, traficantes da facção Comando Vermelho (CV) utilizaram um drone para tentar lançar uma granada contra um grupo rival de milicianos que atua na região. A ação, no entanto, não saiu como planejado. O artefato explosivo caiu sobre a casa de um morador, provocando a destruição total do imóvel. Felizmente, não houve registro de vítimas fatais, mas o impacto deixou a família em estado de choque e sem ter para onde ir.
Moradores relataram momentos de pânico. “Foi um estrondo muito forte. A casa tremeu, parecia que era um bombardeio de guerra”, disse uma vizinha, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
O caso acende um alerta para uma tendência cada vez mais preocupante: o uso de drones em confrontos entre facções no Rio, estratégia inspirada nas táticas observadas na guerra da Ucrânia. Nesses conflitos, drones são adaptados para transportar e lançar explosivos de forma precisa — ou, como neste caso, com consequências trágicas quando a mira falha.
Especialistas em segurança pública afirmam que o acesso facilitado a drones e artefatos explosivos representa um novo desafio para as forças policiais, exigindo técnicas e equipamentos adequados para neutralizar essa ameaça.
A Polícia Militar informou que reforçou o patrulhamento na região e que vai investigar o episódio. Até o momento, nenhum suspeito foi preso. A família atingida será incluída em programas de assistência social para garantir abrigo temporário.
O clima na comunidade é de tensão, e moradores temem novos ataques. Enquanto isso, a guerra entre facções segue transformando o cotidiano da Zona Oeste em um cenário de combate urbano.