O influenciador digital Hytalo Santos, preso nesta sexta-feira (15) sob acusações gravíssimas de tráfico de pessoas, exploração sexual infantil e outros crimes, teve mais um episódio polêmico exposto pelas investigações. Um vídeo que circula entre autoridades e nas redes sociais mostra o paraibano ao lado do traficante conhecido como Índio, durante o famoso “Baile da Escolinha”, realizado no Complexo do Alemão, reduto controlado pelo Comando Vermelho (CV).
De acordo com a apuração policial, Hytalo não apenas frequentava os bailes promovidos por criminosos, como também levava menores de idade para os eventos. O traficante Índio, figura de grande influência na comunidade, seria o responsável por “patrocinar” a turma ligada ao influenciador, garantindo mordomias e segurança dentro do território dominado pela facção.
As investigações revelam ainda que, além da presença em bailes funk, existiam “festas privadas” organizadas pelo próprio Índio, onde adolescentes eram levadas para encontros com criminosos e pessoas próximas do grupo. Esses relatos, que agora estão sendo aprofundados pela polícia, reforçam o peso das acusações contra Hytalo Santos, que já vinha sendo monitorado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por práticas ligadas à exploração e exposição de menores em conteúdos digitais.
A descoberta do envolvimento direto com o crime organizado no Rio de Janeiro amplia o escândalo e pode abrir novas linhas de investigação interestaduais. Para as autoridades, o vínculo de Hytalo com traficantes fortalece a suspeita de que sua rede de exploração ia muito além da produção de vídeos e poderia estar ligada a uma estrutura criminosa maior, com conexões dentro e fora das comunidades cariocas.
Moradores do Alemão, em relatos sob anonimato, confirmam que o influenciador era presença constante no baile e que chegava cercado por adolescentes, muitas delas de fora do Rio. “Ele era tratado como artista, sempre com apoio do Índio e cercado de meninas muito novas”, disse uma testemunha.
A polícia agora busca identificar todas as vítimas que teriam participado dessas festas e bailes, bem como possíveis cúmplices que integravam a chamada “turma do Hytalo”. A expectativa é de que novos desdobramentos surjam nos próximos dias, com prisões e denúncias formais.
O caso causa revolta e levanta um alerta sobre a vulnerabilidade de jovens aliciados por figuras públicas que utilizam a internet para atrair e manipular menores.