O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira, 20 de agosto de 2025, a realização de uma operação de busca e apreensão contra o pastor Silas Malafaia, uma das principais figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação foi conduzida pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, no momento em que Malafaia desembarcava de um voo vindo de Lisboa.
Durante a abordagem, os agentes cumpriram ordem judicial para apreender o celular do pastor, que se tornou peça-chave nas investigações em andamento. Além disso, Moraes impôs medidas cautelares severas: proibição de deixar o país e vedação de contato com outros investigados, entre eles o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
As medidas fazem parte de um inquérito que apura uma suposta tentativa de obstrução de justiça. Segundo as investigações, Malafaia teria atuado para blindar Bolsonaro em meio ao avanço das apurações sobre uma possível trama golpista que teria como objetivo contestar e reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Fontes ligadas ao caso afirmam que as mensagens contidas no aparelho celular de Malafaia podem revelar articulações estratégicas entre aliados de Bolsonaro para enfraquecer investigações e dificultar a atuação das autoridades. Moraes considerou que havia risco concreto de destruição de provas, o que justificou a ação emergencial no momento do desembarque.
A decisão repercutiu fortemente no meio político e religioso. Aliados de Bolsonaro classificaram a medida como “abuso de poder”, enquanto parlamentares da base governista defenderam a decisão de Moraes como um passo essencial para impedir qualquer tentativa de obstrução da Justiça.
Com essa nova fase das investigações, o círculo de aliados mais próximos de Bolsonaro volta ao centro da crise. Malafaia, que sempre se apresentou como defensor do ex-presidente e crítico contumaz do STF, agora passa a figurar como alvo direto da Corte.
Assim, está confirmado: a busca e apreensão contra Silas Malafaia — com a apreensão de seu celular, a restrição de saída do país e o bloqueio de contatos com outros investigados — ocorreu de fato, em 20 de agosto de 2025, por determinação do ministro Alexandre de Moraes.