A tarde deste sábado (13) foi marcada por uma cena de extrema violência em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Traficantes ligados ao Comando Vermelho (CV), sob o comando do temido narcotraficante conhecido como RD, invadiram a região das “Casinhas” do bairro Tingui e promoveram uma execução brutal que terminou com dois mortos e um ferido.
O principal alvo da ação era Pedro Henrique, apelidado de “Bobina”, um ex-miliciano que já havia acumulado diversos inimigos no submundo do crime. Segundo informações preliminares, Bobina estava em companhia de um rapaz chamado “Chimbinho” e de um terceiro homem ainda não identificado. Testemunhas afirmam que apenas Pedro Henrique tinha envolvimento direto com atividades criminosas, enquanto os outros dois não possuíam passagens pela polícia.
De acordo com relatos colhidos no local, os traficantes cercaram o grupo e abriram fogo sem qualquer chance de defesa. Pedro Henrique foi executado com mais de 15 tiros à queima-roupa, em uma cena descrita por moradores como “de guerra”. As imagens que circulam nas redes sociais mostram a crueldade do ataque, revelando corpos caídos no chão e marcas de tiros por todos os lados.
Ainda segundo informações, Chimbinho acabou sendo atingido e não resistiu aos ferimentos. Já o terceiro homem, baleado, conseguiu sobreviver e foi socorrido em estado grave para uma unidade hospitalar da região. Seu nome ainda não foi divulgado oficialmente.
A polícia militar e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foram acionadas e isolaram a área para a realização da perícia. O clima de tensão domina a comunidade, onde moradores relatam viver sob constante medo entre disputas de facções criminosas e a ação de milicianos.
A execução de Bobina é vista como uma espécie de recado do Comando Vermelho para antigos rivais que atuavam no bairro. O ex-miliciano, segundo investigações, havia perdido espaço nos últimos meses e estava jurado de morte por RD e seus aliados.
Em nota, a Polícia Civil informou que já iniciou as diligências para identificar todos os envolvidos no ataque e localizar os responsáveis. No entanto, a população teme novos confrontos, já que áreas dominadas por grupos rivais costumam ser palco de represálias sangrentas.
Moradores do Tingui pedem mais segurança e dizem estar “reféns da violência”. “Aqui a gente nunca sabe se vai voltar pra casa com vida. Todo dia é tiro, todo dia é medo”, desabafou uma moradora, que preferiu não se identificar.
O caso reforça a escalada de violência na Zona Oeste e expõe, mais uma vez, a fragilidade da presença do Estado em comunidades dominadas pelo crime organizado.
