A cena parece roteiro de filme, mas é a mais pura realidade: o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu colocar em liberdade o homem que já foi considerado um dos mais perigosos chefes do tráfico do Rio de Janeiro. Celso Luis Rodrigues da Silva, o temido “Celsinho da Vintém”, líder histórico da facção Amigos dos Amigos (ADA), agora vai trocar a cela fria do presídio pelo aconchego da própria casa — graças a uma decisão judicial em nome da “humanidade”.
Com 64 anos, Celsinho alegou uma série de problemas de saúde que pesaram na decisão: hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia e diverticulite aguda. O tribunal avaliou que tais doenças, somadas à idade avançada, poderiam colocar sua vida em risco atrás das grades. Mas o que mais chamou atenção foi outro ponto levantado por sua defesa: ele seria o único responsável por cuidar da esposa, diagnosticada com câncer em fase terminal.
O STJ concordou. Assim, o homem que já comandou bocas de fumo e espalhou o terror pelas comunidades do Rio agora ganhou o direito de acompanhar a mulher em consultas e tratamentos médicos, desde que use tornozeleira eletrônica e cumpra as regras da prisão domiciliar.
A notícia caiu como uma bomba. De um lado, há quem veja a medida como um gesto de compaixão diante de uma situação familiar trágica. De outro, especialistas e populares questionam: será justo dar liberdade a um dos traficantes mais influentes da história do crime carioca apenas por “razões humanitárias”?
Enquanto o Brasil se divide em opiniões, um fato é certo: Celsinho da Vintém volta ao cenário fora das grades. Não mais como o chefe absoluto da ADA, mas como um idoso doente e cuidador da própria esposa. Ainda assim, a decisão gera preocupação nas autoridades de segurança. O temor é que, mesmo de casa, ele possa retomar contatos com o submundo do crime, aproveitando-se da estrutura tecnológica que hoje facilita comunicações à distância.
Agora, todos os olhos estão voltados para esse caso explosivo. O destino do homem que já foi chamado de “barão do pó” está nas mãos do próprio tempo — e da vigilância da tornozeleira.
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