A morte de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, após um procedimento estético em uma clínica de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, ganhou novos desdobramentos nesta semana. O médico José Emílio de Brito, responsável pela cirurgia, foi preso em sua residência, no bairro da Tijuca, Zona Norte da capital. Ele responderá pelos crimes de homicídio e falsidade ideológica.
O procedimento e a tragédia
Marilha havia pago cerca de R$ 5 mil para realizar uma hidrolipoaspiração com enxerto de glúteos na clínica Amacor, localizada em Campo Grande. O procedimento, que deveria ter fins estéticos, terminou de forma trágica quando a jovem não resistiu às complicações durante a cirurgia.
No atestado de óbito, o médico indicou que a causa teria sido broncoaspiração seguida de parada cardiorrespiratória. Entretanto, a necropsia oficial realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) apontou outro cenário: perfurações internas no abdômen causadas durante o procedimento levaram a uma grave hemorragia interna, o que resultou na morte de Marilha.
Irregularidades na clínica
Durante inspeções, autoridades de saúde identificaram uma série de irregularidades na clínica Amacor. Entre elas, a presença de medicamentos vencidos, inclusive no carrinho de parada cardíaca — equipamento essencial em casos de emergência. Além disso, foram constatados problemas estruturais que comprometiam a capacidade de atendimento imediato em situações críticas.
Essas falhas reforçaram a suspeita de negligência e agravaram a situação do médico perante a Justiça.
Prisão e investigação
A prisão de José Emílio de Brito aconteceu em sua casa, na Tijuca. Segundo a investigação, além de ser responsabilizado pela morte de Marilha, ele também teria cometido falsidade ideológica ao registrar informações falsas no atestado de óbito.
O caso vem causando grande repercussão, tanto pela gravidade da negligência quanto pela frequência de denúncias envolvendo clínicas de estética que atuam sem a devida estrutura ou fiscalização adequada.
Indignação e cobrança por justiça
Amigos e familiares de Marilha cobram punição exemplar e alertam para os riscos de procedimentos realizados em locais sem a devida segurança. A tragédia expõe, mais uma vez, a fragilidade na fiscalização de clínicas estéticas no Rio de Janeiro e levanta o debate sobre a responsabilidade dos profissionais de saúde diante de falhas fatais.
Enquanto isso, a investigação segue em andamento, e o médico permanece à disposição da Justiça.