Na madrugada desta quinta-feira (18), a rotina do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, foi interrompida por uma cena digna de filme policial. Cerca de oito homens fortemente armados e encapuzados invadiram a unidade de saúde por volta de 2h30, rendendo os seguranças que estavam de plantão na entrada da garagem.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, o objetivo do grupo era resgatar um paciente que havia dado entrada no hospital após ser atingido por nove disparos. O clima foi de pânico e desespero entre profissionais e pacientes que estavam no local.
Criminosos se passaram por policiais
Testemunhas relataram que pelo menos um dos invasores vestia um uniforme do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), o que causou ainda mais confusão no momento da invasão. O grupo seguiu em direção ao centro cirúrgico acreditando que o homem baleado estivesse ali. No entanto, o paciente não foi localizado, já que estava internado em outro setor do hospital.
PM reforça segurança
Assim que a ocorrência foi comunicada, equipes da Polícia Militar se deslocaram até a unidade e reforçaram a segurança. O paciente alvo dos criminosos segue internado, sob custódia da polícia, e deverá ser transferido para outro hospital por medida de segurança.
De acordo com a corporação, os bandidos não apenas tentaram localizar o homem, como também já haviam destruído a residência do paciente anteriormente. As primeiras informações levantadas pelos investigadores apontam que ele poderia ser testemunha de crimes ligados ao tráfico local, o que reforça a suspeita de que o ataque ao hospital tenha sido uma tentativa de silenciamento.
Clima de medo entre pacientes e funcionários
Profissionais do Pedro II relataram que viveram momentos de terror durante a ação. Muitos pacientes foram retirados às pressas de áreas próximas ao centro cirúrgico, e houve correria nos corredores. “Achei que iam atirar dentro do hospital. Foi desesperador”, contou um funcionário que preferiu não se identificar.
Investigação em andamento
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que deve analisar as câmeras de segurança do hospital e da região. O fato de um dos criminosos ter usado um uniforme policial também será apurado, já que pode indicar infiltração ou uso de fardamento falso para despistar vítimas e testemunhas.
O episódio reacende o debate sobre a vulnerabilidade de hospitais localizados em áreas conflagradas do Rio de Janeiro, onde a violência do crime organizado ultrapassa os limites das ruas e chega a espaços destinados ao atendimento de saúde.