Um subtenente da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi afastado das funções nesta segunda-feira após publicar nas redes sociais mensagens em tom de comemoração sobre a morte do ativista norte-americano Charlie Kirk, ocorrida no último dia 10, durante um evento na Universidade de Utah Valley, nos Estados Unidos.
O militar, lotado no Depósito Central de Munições (DCMun), teve imediatamente seu porte de arma e carteira funcional retidos, além de ser submetido a investigação pela Corregedoria Geral da Polícia Militar. Em sua publicação, o policial escreveu frases consideradas ofensivas e de profundo desrespeito à vítima, incluindo expressões como: “Sorriso no rosto pela morte de Charles Kirk, repentina, sem tempo de arrependimento, inferno garantido kkkkk, enfia o visto no olho do c, EUA kkk”*.
A repercussão foi rápida e gerou indignação dentro da corporação. Em nota oficial, o comando da PM do Rio classificou a conduta do subtenente como incompatível com os princípios da Polícia Militar, ressaltando que o policial já havia sido alvo de outras postagens inadequadas nas redes sociais, muitas vezes enquanto trajava o uniforme da corporação.
“A Corregedoria Geral da Corporação instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar em relação ao militar. Tal iniciativa se deu diante das reiteradas postagens nas redes sociais realizadas pelo policial, inclusive fardado, proferindo comentários questionáveis e que estão sob avaliação”, disse a PM.
O afastamento do subtenente não significa apenas uma medida administrativa. Ele agora responde a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que apura possíveis infrações graves ao Regulamento Disciplinar da Polícia Militar e ao Código de Conduta Ética Profissional. Dependendo do resultado da investigação, o militar pode sofrer sanções que vão desde advertência formal até a perda do posto e da função pública.
Especialistas em conduta policial destacam que o uso de redes sociais por militares exige atenção redobrada, já que postagens pessoais podem ter impacto direto na imagem da instituição. “Mesmo fora do expediente, um policial deve manter padrões éticos condizentes com a função que exerce. Posturas de comemoração diante de mortes ou de ataques a qualquer pessoa são absolutamente inaceitáveis”, afirma a professora de Direito e Segurança Pública, Mariana Souza.
O caso também levanta discussões sobre reincidência em publicações inadequadas e a necessidade de maior fiscalização do comportamento de policiais nas redes sociais. Segundo o comando da corporação, a PM não tolera condutas que comprometam a confiança da sociedade na instituição, e medidas rigorosas como o afastamento do subtenente são essenciais para preservar a imagem da polícia.
O processo disciplinar ainda está em andamento, e a Corregedoria prometeu apurar todos os antecedentes do militar antes de determinar a punição final. Enquanto isso, o subtenente permanece afastado de suas funções, sem acesso a armas ou credenciais funcionais, aguardando os desdobramentos do procedimento interno.