O Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para um julgamento que promete agitar ainda mais os bastidores da política brasileira. O senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça, será julgado pelo ministro Cristiano Zanin em um processo por calúnia contra o também ministro do STF, Gilmar Mendes.
A ação tem como base declarações feitas por Moro, que, segundo a denúncia, configurariam crime de calúnia contra Gilmar. Caso seja condenado, o senador poderá enfrentar não apenas punições criminais, mas também consequências políticas sérias, incluindo a possibilidade de perda de seu mandato no Senado.
O julgamento ganha ainda mais peso devido ao histórico de Zanin com o senador. Antes de assumir a cadeira no STF, Zanin atuava como advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o período em que Lula foi condenado e preso por decisão de Moro, então juiz federal da Lava Jato em Curitiba. Para aliados de Moro, o fato gera um componente de tensão adicional, embora o STF costume reforçar a imparcialidade de seus ministros.
Nos corredores de Brasília, a expectativa é de forte repercussão política, independentemente do resultado. Uma eventual condenação de Moro poderia redesenhar o cenário no Senado e atingir diretamente a imagem da Lava Jato, já bastante questionada nos últimos anos.
Enquanto isso, apoiadores do ex-juiz acusam perseguição política e afirmam que o processo é mais um capítulo da tentativa de desconstruir o legado da operação que marcou a história recente do país. Já críticos de Moro defendem que ele deve responder na Justiça por eventuais excessos cometidos tanto como magistrado quanto como político.
O julgamento ainda não tem data definida, mas já mobiliza atenções em todo o país.