O mundo do samba amanheceu em choque nesta segunda-feira, 29 de setembro. O cantor e compositor Marcos de Souza Nunes, eternamente conhecido como Marquinho PQD, morreu no Rio de Janeiro aos 66 anos, deixando um vazio profundo no coração da música brasileira. Internado há alguns dias, sua equipe confirmou a morte, mas o detalhe que revolta fãs e admiradores é o mistério em torno da causa, que até agora não foi revelada.
Marquinho PQD não foi apenas mais um artista. Ele foi um verdadeiro patrimônio do samba, responsável por dar voz, melodia e emoção a gerações inteiras. Seu primeiro grande passo veio em 1983, quando o lendário grupo Fundo de Quintal imortalizou a música “Fase de Amor”, escrita em parceria com Chiquinho e Fernando Piolho. Pouco depois, sua caneta de ouro produziu “Coração Feliz”, que ganhou vida na voz da incomparável Beth Carvalho, confirmando que o talento de PQD não era apenas promissor — era eterno.
Com mais de 400 composições espalhadas pelo cancioneiro popular, Marquinho PQD construiu uma carreira que poucos ousam sonhar. E cerca de 100 dessas joias nasceram em parceria com o amigo e também ícone Arlindo Cruz, que recentemente partiu, intensificando ainda mais a sensação de luto no samba. Canções como “Pedras no Caminho”, “Silêncio no Olhar” e “Quem Sabe de Mim Sou Eu” são exemplos da força dessa união que virou história.
Sua genialidade foi cantada pelas maiores vozes do Brasil: Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Jovelina Pérola Negra, Roberto Ribeiro, Agepê, Alcione, Molejo, Exaltasamba, Pixote e tantos outros. Todos beberam da fonte inesgotável da criatividade desse mestre.
Mas PQD não parou por aí. Ele também brilhou no universo dos sambas-enredo, com criações marcantes para a gloriosa Mocidade Independente de Padre Miguel, que já se manifestou nas redes sociais prestando homenagens ao eterno parceiro.
A notícia, divulgada pelo Estadão Conteúdo, se espalhou como fogo em palha seca, e fãs, amigos e colegas de profissão correm às redes para lamentar a perda. O samba, mais uma vez, se veste de preto. Depois de Arlindo Cruz, agora é Marquinho PQD quem nos deixa.
O Brasil perde um poeta do povo, um gênio das rodas de samba, um verdadeiro imortal das composições. Mas suas músicas continuarão vivas, ecoando nas batidas do tantã e nos corações de quem aprendeu a amar através de suas letras.
Marquinho PQD pode ter partido, mas sua obra será eterna. O samba chora, mas também agradece.