A Justiça do Rio de Janeiro proferiu nesta segunda-feira (6) uma das decisões mais duras da história recente da política fluminense. Os ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, além do ex-secretário de Obras Hudson Braga, foram condenados por corrupção em um esquema bilionário envolvendo incentivos fiscais irregulares e financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
De acordo com a sentença, Cabral deverá pagar R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos, enquanto Pezão foi condenado ao pagamento de R$ 1,4 bilhão. Já Hudson Braga terá de desembolsar R$ 35 milhões. Além disso, todos foram penalizados com multas adicionais e a suspensão dos direitos políticos, o que os torna inelegíveis por vários anos.
A decisão foi tomada após longa investigação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que identificou um complexo esquema de propinas e trocas de favores envolvendo empresários e agentes públicos. Segundo o processo, empresas recebiam benefícios fiscais milionários em troca de doações ilegais para campanhas eleitorais e repasses em dinheiro vivo.
O juiz responsável pelo caso destacou na sentença que os crimes “destruíram a confiança da população nas instituições públicas e causaram danos incalculáveis à economia do estado”. Ele também ressaltou que as provas são “robustas e incontestáveis”, incluindo depoimentos, quebras de sigilo bancário e mensagens trocadas entre os envolvidos.
Sérgio Cabral, que já cumpre pena em outros processos relacionados à Operação Lava Jato, continua acumulando condenações que ultrapassam centenas de anos de prisão. Pezão, por sua vez, havia sido solto recentemente, mas com a nova decisão pode voltar a enfrentar medidas restritivas.
O governo do estado informou que buscará, junto à Procuradoria-Geral, formas de reaver os valores desviados e garantir que o dinheiro volte aos cofres públicos.
Com esta condenação, a Justiça fluminense reforça um duro recado contra a corrupção e consolida mais um capítulo na luta pela transparência e moralidade na administração pública.
A defesa dos réus já anunciou que recorrerá da decisão, mas, por enquanto, o peso bilionário da sentença marca um novo marco na história política do Rio de Janeiro.