Uma história macabra abalou os moradores de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A jovem Nayla Carolyni Ribeiro Barbosa, de apenas 18 anos, foi presa nesta terça-feira (7), acusada de matar o próprio filho recém-nascido e ocultar o corpo em uma caçamba de lixo na Rua Hélio do Amaral. O caso chocante veio à tona após uma série de descobertas que revelaram frieza e desespero em meio a uma tragédia familiar.
Segundo as investigações conduzidas pela 34ª DP (Bangu), Nayla deu entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na noite de segunda-feira (6), apresentando sinais de ter passado por um parto recente. A equipe médica, ao verificar um pré-natal realizado em uma clínica da família, constatou que a jovem estava grávida, mas não soube explicar o paradeiro do bebê. A resposta evasiva levantou a suspeita dos profissionais de saúde, que imediatamente acionaram a Polícia Civil.
“Identificamos familiares e amigos, inclusive uma amiga para quem ela confessou o crime. Nayla teria dado à luz sozinha no banheiro, após tomar medicamentos para antecipar o parto, e em seguida colocado o bebê em um saco plástico antes de descartá-lo em uma lixeira”, revelou o delegado Alexandre Netto, titular da 34ª DP. Segundo o policial, mensagens de WhatsApp e depoimentos confirmaram a sequência de atos que culminaram na morte e ocultação do corpo da criança.
As investigações apontam que o bebê nasceu com vida, mas não resistiu por não receber cuidados da mãe logo após o parto. Nayla, de acordo com familiares, escondia a gravidez e já havia comentado o desejo de interromper a gestação ou entregar a criança para adoção. Durante a madrugada de segunda-feira (6), ela ficou trancada por horas no banheiro, onde teria dado à luz sozinha.
“Ela saiu do banheiro pálida, nervosa e sem dizer o que tinha acontecido. Ninguém imaginava o que estava por trás daquilo”, contou uma vizinha, em choque com a revelação.
Em depoimento à Polícia Civil, Nayla admitiu parcialmente o crime, confirmando o parto, mas tentando minimizar sua responsabilidade na morte do bebê. Exames periciais comprovaram que ela realmente deu à luz recentemente, reforçando o conteúdo das mensagens obtidas pelos investigadores.
Com a confissão, os agentes, em parceria com a Comlurb, iniciaram uma busca emergencial na rota de coleta de lixo do condomínio, na tentativa de localizar o corpo da criança. No entanto, até o momento, o bebê não foi encontrado, e as buscas continuam.
O delegado Alexandre Netto informou que Nayla será indiciada por homicídio e ocultação de cadáver, podendo pegar mais de 20 anos de prisão se condenada. “É um caso extremamente delicado, que envolve uma jovem, um recém-nascido indefeso e uma sequência de decisões trágicas. Continuamos reunindo provas e aguardamos os resultados de novos laudos”, afirmou o delegado.
O caso despertou revolta e comoção na comunidade de Realengo. Moradores da região lamentaram o ocorrido e pediram justiça pela morte do bebê. Muitos destacaram que a tragédia poderia ter sido evitada caso Nayla tivesse procurado ajuda.
Enquanto as investigações prosseguem, o episódio serve como um alerta sobre a importância do acompanhamento psicológico e social de jovens gestantes em situação de vulnerabilidade — e expõe, mais uma vez, o drama silencioso de mães que enfrentam a maternidade sem apoio, resultando em desfechos devastadores.