Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que os trabalhadores de aplicativos — como motoristas, entregadores e prestadores de serviços por plataformas digitais — estão ganhando acima da média nacional.
De acordo com o estudo, a renda média desses profissionais supera a dos trabalhadores formais e informais de outros setores. Em muitos casos, os ganhos mensais ultrapassam R$ 3 mil, enquanto a média nacional fica em torno de R$ 2.100. O aumento no número de pessoas que optam por esse tipo de trabalho está ligado à flexibilidade de horários, à possibilidade de ganhos rápidos e à falta de oportunidades no mercado formal.
No entanto, o levantamento também evidencia um problema preocupante: a falta de proteção trabalhista e previdenciária. Grande parte dos trabalhadores de aplicativo não contribui para o INSS, não possui FGTS e não declara Imposto de Renda, o que os deixa desamparados em situações de doença, acidentes ou aposentadoria.
Especialistas alertam que, embora a renda atual seja atrativa, a ausência de contribuições pode gerar graves consequências no futuro, especialmente em um país onde a informalidade já ultrapassa 40% da população economicamente ativa.
O governo federal estuda medidas para regulamentar o trabalho por aplicativos, buscando equilibrar autonomia e direitos. A ideia é criar um modelo em que os trabalhadores possam continuar com liberdade de atuação, mas com garantias mínimas de segurança social.
Enquanto isso, o número de brasileiros que encontram nos aplicativos uma alternativa de renda segue crescendo — reflexo de um mercado cada vez mais digital, dinâmico e desafiador.