Em uma operação que chocou as forças de segurança do país, a Polícia Federal descobriu uma verdadeira linha de montagem bélica em Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo. A estrutura, que operava de forma clandestina, tinha capacidade de produzir até 3.500 fuzis AR-15 por ano, um número que coloca o local entre as maiores fábricas ilegais já desmanteladas no Brasil.
Segundo a PF, a investigação revelou que o arsenal produzido no interior paulista abastecia facções criminosas em diversos estados, incluindo o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro. “Registros telemáticos mostram padrão comercial: pedidos, confirmações e recebimentos. Não era produção artesanal”, revelou um dos delegados responsáveis pela operação.
Os agentes encontraram máquinas de precisão, moldes industriais e centenas de peças que seriam utilizadas na montagem dos fuzis. Além disso, documentos e mensagens interceptadas indicam que a organização criminosa mantinha contatos diretos com intermediários ligados ao tráfico de armas e ao crime organizado no Sudeste e no Nordeste.
A operação, batizada de “Arsenal Fantasma”, contou com o apoio da Receita Federal e da Força Nacional. Pelo menos cinco pessoas foram presas, incluindo o suposto responsável técnico pela montagem das armas. A PF acredita que a fábrica funcionava há pelo menos três anos, produzindo armamento de alto poder de fogo que acabou se espalhando por comunidades dominadas por facções.
As investigações continuam, e a Polícia Federal tenta agora identificar quem financiava a produção em larga escala e como o armamento era transportado até o Rio de Janeiro e outros estados. O caso reforça a preocupação das autoridades com o crescimento do tráfico de armas nacional, que alimenta a violência urbana e fortalece o crime organizado em todo o país.



