menino de sete anos de idade, atingido de raspão em um dos ombros na Praça Seca na sexta-feira (9), já voltou para casa. Ele foi a vítima mais recente da guerra territorial entre milicianos e traficantes que há três meses transformou a vida dos moradores da região em um inferno.
“A gente sai de casa com medo. Até mesmo dentro de casa está perigoso ficar, né? Porque a gente não sabe de onde vem a bala”, afirmou uma moradora.
Na sexta-feira, três disparos atingiram uma das casas da comunidade. Um deles acertou um dos ombros do menino. Ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento de Campinho e, logo em seguida, acabou transferido ao Hospital Salgado Filho, no Méier. Lá, ele recebeu alta.
Foi a quarta criança baleada no Rio em quatro dias.
A mãe do menino fez um desabafo em uma rede social: “Meu Deus! Que guerra é essa? Só sofrem os inocentes. Meu filho foi baleado dentro de casa. Que desespero, meu Deus!”.
A polícia também investiga de onde partiu o tiro que atingiu a cabeça de uma jovem de 15 anos no Morro da Covanca, também na Praça Seca. O disparo pode ter sido acidental ou uma tentativa de homicídio. A menina está internada em estado gravíssimo no Hospital Miguel Couto.
Enquanto isso, moradores vivem como prisioneiros. Um deles organizou a festa do aniversário de casamento e iria hospedar os convidados. No entanto, muitos não compareceram.
“Muitos convidados não vieram porque sabem do tiroteio que acontece aqui todo santo dia”, lamentou.