O prefeito Marcelo Crivella oficializou, nesta segunda-feira, uma dança das cadeiras no primeiro escalão de sua administração. Ao todo, quatro secretários deixaram o governo na semana passada. Três deles pediram exoneração porque serão candidatos nas eleições de outubro: o deputado estadual Pedro Fernandes (Assistência Social); Rubens Teixeira (Transportes); a deputada federal Clarissa Garotinho (Desenvolvimento, Emprego e Inovação); e o deputado estadual Jorge Felipe Netto (Conservação e Meio Ambiente). Na Fazenda, a economista Maria Eduarda Gouvêa Berto pediu para sair, alegando motivos pessoais.
Entre os substitutos, está um vereador que é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual Crivella também é bispo, só que está licenciado. Bacharel em economia e filiado ao PRB (partido do prefeito), João Mendes de Jesus já dirigiu várias igrejas da Universal na Baixada Fluminense. Ele é a segunda pessoa ligada à igreja a ser escolhida para o alto escalão da prefeitura. No início do governo, Crivella nomeou o ex-vereador Jorge Braz para o Procon Carioca. Bispo da Universal, Braz deixou o cargo na semana passada, já que também é pré-candidato às eleições.
Em 2006, quando era deputado federal, João Mendes foi acusado de envolvimento com a chamada Máfia das Sanguessugas, um esquema no qual parlamentares recebiam propinas em troca de emendas para a compra de ambulâncias. A assessoria do político diz que ele é inocente, o que já foi demonstrado pela CPI no Congresso que investigou o caso.
O vereador Renato Moura (PDT) assumiu a Secretaria de Trabalho. O novo titular da pasta de Transportes é o coronel Diógenes Dantas Filho. Ele foi indicado pelo ex-secretário Rubens Teixeira, pré-candidato ao governo do estado. Diógenes já era subsecretário da pasta. Ele entrou para a prefeitura em 2017 a convite de Teixeira, como coordenador de cemitérios da Secretaria municipal de Conservação.
Já César Barbiero assumirá a Secretaria de Fazenda no lugar de Maria Eduarda Gouvêa Berto. Barbiero, que já ocupou cargos em comissão em outras gestões, foi secretário de Fazenda de Niterói e ocupou chefias na Casa da Moeda. Ao oficializar sua saída da pasta ontem, Maria Eduarda não descartou um retorno à prefeitura no futuro, mas não deu detalhes em que cargo seria. Segundo o prefeito, o maior desafio de Barbiero será captar recursos do governo federal para fazer mais investimentos no Rio, em projetos como o Rio de Janeiro a janeiro, lançado para incentivar o turismo na cidade.
Dados do Rio Transparente, de monitoramento do orçamento do município, mostram que, aparentemente, as alterações das regras de cobrança do IPTU, do ISS e do ITBI para este ano ainda não provocaram grande impacto na receita. No primeiro trimestre deste ano, a prefeitura arrecadou R$ 3,128 bilhões em impostos e taxas — R$ 27 milhões a mais que no mesmo período de 2017. Os dados relativos a 2018 ainda estão sujeitos à revisão.