POR
Drª Kathia Lemos
Desobediência ou transtorno obsessivo desafiador, situações distintas a serem presenciadas em uma criança ou um adolescente: a desobediência ou o transtorno opositivo desafiador (TOD).
Quando e que apenas uma conversa mais séria ou um castigo (deixar de ir a um lugar que seu filho gosta, cortar os jogos por um tempo, colocá-lo sentado para reflexão?
Resolve a situação. Ou não?!
Não havendo compreensão e entendimento com conversas. E um novo paradigma nas relações.
Deve se procurar auxílio profissional!
Há uma série de questionamentos em torno disso tudo; no entanto, o mais importante é a informação, sobretudo por desobediência e TOD serem diferentes e exigirem técnicas distintas para sua devida solução.
Desobediência
Uma criança ou adolescente desobediente pode estar em qualquer lugar.
Quem de nós, por exemplo, nunca esteve em uma situação a qual o filho(a) insiste em não obedecer a uma solicitação, uma ordem imposta por nós? “Não brinque na rua!”, “não abra o portão!”, “desligue o chuveiro!”, “coloque o cinto de segurança!”, “desligue já esse computador!”, “faça o dever agora, depois você brinca!”; enfim, todas as advertências que damos diariamente aos nossos filhos devem ser seguidas para o próprio bem deles.
O problema é quando nossos filhos não respeitam e insistem em continuar fazendo aquilo que pedimos para não fazer por simples teimosia ou pirraça. Isso é a desobediência e é algo comum em crianças e adolescentes.
Nada como uma conversa ou uma advertência mais séria (exclui se qualquer tipo de violência, essas ações não corroboram para construção de um indivíduo), para que os menores passem a refletir sobre suas atitudes. Todos podem ter, ao longo da infância, uma fase de desobediência e isso passa.
Transtorno opositivo desafiador (TOD)
O TOD, por sua vez, é algo mais sério. Não se trata de algo que possa ser solucionado com uma conversa.
O TOD é caracterizado como uma condição em que a criança adota uma postura de teimosia frequente, hostilidade e lado desafiador (como o nome já mostra).
Não existe, na literatura médica, algo que mostre sua causa, mas sabe-se que o ambiente a qual o pequeno está inserido pode ser crucial para influenciá-lo.
A diferença entre a desobediência e o TOD está na intensidade, uma vez que a primeira situação ocorre em determinados momentos e a segunda, em praticamente todos e de forma incessante.
Como fazer então para identificar o TOD?
Há alguns comportamentos que são possíveis de serem percebidos quando se trata de TOD, veja abaixo alguns deles:
– Discussões diárias com pais, colegas de sala e professores;
– Hostilidade com tudo e todos;
– Pessimismo;
– Comportamento vingativo;
– Ataques de fúria;
– Predominância de agressividade;
– Outros.
Os sintomas podem aparecer em qualquer momento da vida, mas é mais comum entre os 6 e 12 anos. A associação com TDAH é frequente (50% dos casos), deve ser observada e investigada em todas estas crianças para que sejam tomadas as medidas necessárias, a fim de prevenir problemas de aprendizagem e baixo rendimento escolar.
O ambiente doméstico costuma ser conturbado, com pais divergentes quanto ao modo de educar e conduzir o (a) filho (a) e de como estabelecer parâmetros, mas evidências mostram que existem fatores genéticos e neurofisiológicos predispondo o seu desenvolvimento.
O TOD é dividido em três eixos:
– Humor raivoso/irritável.
– Comportamento questionador/desafiante.
– Índole vingativa.
Diagnóstico
Para diagnosticar o TOD, é preciso que a criança seja consultada por psicólogos, médicos e neurologista, pois só eles podem aplicar métodos que captem a existência do TOD.
Tratamento
Para isso, é necessário que os pais procurem auxílio com psicólogos e psiquiatras para que possam estabelecer um tratamento baseado em técnicas que visam modificar o comportamento da criança ou adolescente diagnosticado com TOD.
Com uso de medicação e psicoterapia.
Texto Adaptado
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Fonte
-DSM-V- Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Ed, 2014
-neurosaber
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