Nos meses que antecederam a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anônimos, celebridades e políticos fizeram inúmeras promessas e apostas a favor e contra a iminente detenção do líder petista. As declarações foram feitas nas redes sociais e em entrevista, espalhando-se rapidamente por meio de grupos de WhatsApp.
Lula está preso desde o último sábado (7/4), em uma sala adaptada especialmente para recebê-lo na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). Ali, começou a cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de reclusão, em regime inicialmente fechado, condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá (SP).
De lá para cá, será que essa gente – especialmente os figurões da política nacional – cumpriu tudo o que prometeu?
Lula:
“Provem uma corrupção minha que irei a pé para ser preso”
PROMESSA PARCIALMENTE CUMPRIDA
Como todos viram na extensa cobertura da prisão de Lula, ele não foi a pé de São Bernardo do Campo (SP) à Curitiba (PR), por motivos óbvios. Trechos da viagem foram feitos de carro, helicóptero e avião. Porém, Lula teve de deixar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde se refugiou nas 48 horas que precederam a detenção, a pé por conta do grande número de militantes que cercaram o prédio. Os simpatizantes impediam que o carro com o ex-presidente deixasse o local e o comboio da Polícia Federal ali chegasse. Assim, o petista deixou a entidade social a pé e caminhou poucos metros até embarcar em um carro descaracterizado da PF, no qual deu início a sua viagem rumo ao cárcere.
Eduardo Suplicy:
“Ao cumprimentar o Presidente Lula agora a noite, no Sindicato dos Metalúrgicos, em SBC, transmiti a ele que quando ele for preso, disponho-me a acompanhá-lo e ficar com ele, até que ele tenha de fato direito de defesa, o que não lhe foi permitido perante o juiz Moro e no TRF-4”
PROMESSA NÃO CUMPRIDA
Poucos dias após essa declaração, Suplicy afirmou ao repórter da Jovem Pan Caio Rocha que sua promessa foi “força de expressão” para mostrar que “não apoiamos” a prisão do ex-presidente. “Estaremos sempre juntos”, concluiu o postulante a senador pelo Partido dos Trabalhadores.
Ciro Gomes
“Pensei: se a gente formar um grupo de juristas, a gente pode pegar o Lula e entregar numa embaixada. À luz de uma prisão arbitrária, um ato de solidariedade particular pode ir até esse limite. Proteger uma pessoa de uma ilegalidade é um direito”
PROMESSA NÃO CUMPRIDA
Ciro Gomes não estava no Sindicato dos Metalúrgicos do ABCacompanhando Lula em seus últimos momentos de liberdade. Ele teve agenda nos Estados Unidos durante o último fim de semana. Já na segunda-feira (9), esteve no Fórum da Liberdade em Porto Alegre (RS), onde deu um “pescotapa” no Youtuber do MBL Mamãefalei (confira abaixo). Embaixada mesmo, nada.
Gleisi Hoffman
“Pra prender Lula, vai ter que matar muita gente”
PROMESSA NÃO CUMPRIDA (ainda bem!)
Apesar de a militância ter cercado o prédio do Sindicato dos Metalúrgicos e entoado o mantra “cercar e não deixar prender”, na hora em que a Polícia Federal deu o ultimato para Lula se entregar, não houve resistência da cúpula petista. Ao contrário, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann, pediu a colaboração dos apoiadores para que deixassem Lula se apresentar à PF. Do contrário, a recusa poderia ser vista como resistência e complicar a situação jurídica do ex-presidente. Mesmo com inúmeros protestos por todo o Brasil, especialmente em Curitiba (PR), não se tem notícias de nenhum deles ter resultado em morte (ufa!).
João Pedro Stédile
“Se Lula for preso, faremos manifestações contra o Judiciário”
PROMESSA CUMPRIDA
O MST vem intensificando suas manifestações por todo o Brasil nos últimos dias em resposta à prisão de Lula. Os atos são realizados em parceria com a Frente Brasil Popular. O grupo, inclusive, tem bloqueado rodovias pelo país.
Oscar Maroni
“Se o Lula for preso, vou dar cerveja de graça”
PROMESSA CUMPRIDA
Com a proximidade da prisão de Lula, internautas começaram a cobrar do proprietário do bar Bahamas o cumprimento de promessa feita em 2016. E ele cumpriu. Na sexta (6/4), quando venceria o prazo inicial estipulado pelo juiz federal Sérgio Moro para que Lula se apresentasse voluntariamente aos agentes federais, Maroni escalou um DJ e distribuiu cervejas a diversos “cidadãos de bem” – o que rendeu algumas imagens de, no mínimo, gosto duvidoso (veja abaixo).