O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) afirmou, em depoimento nesta sexta-feira (8/6), que movimentou R$ 500 milhões em doações eleitorais, sendo R$ 20 milhões do total para uso pessoal. O interrogatório foi conduzido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, no âmbito da Operação Lava Jato. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, o ex-chefe do Executivo fluminense relatou ter pedido dinheiro a empresários para campanha eleitoral, mas sem haver nenhuma promessa de vantagem em contratos. Cabral também admitiu soberba ao ambicionar eleger seu sucessor, prefeitos e as maiores bancadas de deputados federais e estaduais. Ao fazer um mea-culpa, disse que o poder lhe subiu à cabeça.
“Não soube me conter diante de tanto poder e força política e, de uma maneira vaidosa, querer fazer prefeitos nas cidades, vereadores e deputados”, declarou Cabral. “Houve, sim, dinheiro e muito dinheiro”, completou o ex-governador, afirmando que eram doações de campanha.
Segundo o texto, o juiz carioca lembrou, durante o depoimento, que doleiros movimentaram R$ 500 milhões para Cabral. O ex-governador disse que a cifra não está distante da realidade. De acordo com o político, desse montante, ele pegou cerca de R$ 20 milhões “para a vida pessoal”, entre 2007 e 2016.
Essa foi a primeira vez que o emedebista quantificou o volume total de seus gastos pessoais com valores das supostas sobras de campanhas.
O processo em que Cabral depôs nesta sexta (8/6) apura lavagem de dinheiro no exterior. Os doleiros Renato e Marcelo Chebar apontaram mais de US$ 100 milhões de Cabral fora do país. O montante já foi repatriado.