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Um levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgado hoje (14/7) durante o primeiro dia do 73° Congresso Brasileiro de Cardiologia aponta que as doenças cardiovasculares săo as principais causas de mortes no Brasil e registraram em 2016, 362.091 óbitos, o que resultou em mais de 40 mortes por hora. Segundo o estudo, infartos e derrames (AVC´s), lideram as estatísticas tanto para homens, quanto mulheres.
O presidente do Congresso, Nasser Sarkis, explica que nos homens, a doença se manifesta mais cedo e nas mulheres, de forma tardia, mas a estatística ao longo da vida é igual.
No entanto, para os homens, os infartos vêm em primeiro lugar com 68.018 mortes. Já os derrames, vitimaram 51.753 pessoas do sexo masculino, ao longo de 2016, dados mais recentes disponíveis e contemplados no levantamento da SBC. Entre as mulheres, a situaçăo se inverte com mais mortes por AVCs, 51.198 vítimas. Por infarto feminino foram 48.104 mortes. O colesterol elevado, estresse, hipertensăo, sedentarismo, obesidade, diabetes, tabagismo e álcool em excesso constituem fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
O cardiologista Felipe Simăo ressalta que, na mulher, uma das explicaçőes da enfermidade é pela chegada da menopausa. “Depois desse período a mulher perde a proteçăo hormonal e se torna mais vulnerável às doenças cardiovasculares e, em muitos casos, com mais gravidade do que os homens. Em relaçăo ao AVC, há um indicativo de que a mulher tenha maior fragilidade vascular que os homens, porém ainda năo há um trabalho científico robusto que sustente de forma definitiva essa tese”, ressalta.
Durante o evento, o cardiologista Roberto Kallil Filho ressaltou a importância da cardio-oncologia no tratamento de pacientes com câncer. “A cardio-oncologia se tornou uma sub especialidade da cardiologia e evoluiu muito. Pacientes submetidos a quimio ou radioterapia muitas vezes apresentam efeitos colaterais das medicaçőes no coraçăo ou sistema cardiovascular e muitos acabam indo a óbito por complicaçőes cardíacas e năo do câncer. Logo, essa integraçăo entre o cardiologista e o oncologista é fundamental para um acompanhamento mais rigoroso. Os controles de prevençăo săo fundamentais para aumentar a sobrevida do paciente com câncer em quimio e na radioterapia”, observa.
Espiritualidade auxilia no tratamento cardiovascular
Outro assunto levantado pela comunidade médica durante o congresso, ressalta a importância da espiritualidade no tratamento de doenças cardiovasculares. Além dos fatores de risco clássicos, o presidente da SBC, Oscar Dutra, aponta que pessoas irritáveis e intolerantes săo mais propensas a desenvolverem doenças cardiovasculares enquanto que pessoas que buscam desenvolver a espiritualidade apresentam reduçăo de 16% no índice de mortalidade geral e 28% na causa de mortalidade cardíaca.
“O bom estado emocional e a espiritualidade, somados à medicina tradicional tem um papel importante e auxiliam no equilíbrio da saúde. Há estudos que mostram que pessoas que têm um nível de espiritualidade maior sofrem menos desse tipo de doenças. Quando há uma alteraçăo por nervosismo, o sistema cardiovascular fica sobrecarregado, ficando mais propensa a derrame, avc, angina e infarto. O ideal é que as pessoas busquem mais positividade, uma vida mais tranquila, menos agitada e ansiosa”.
O vice-presidente do Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular da SBC, Mário Borba explica que a espiritualidade năo possui uma relaçăo específica com uma religiăo e que a comunidade médica reconhece que a prática é um fator positivo.
“Espiritualidade nada tem a ver com uma única religiăo, tanto que nos debates sempre há cardiologistas de diferentes denominaçőes religiosas, ateus e agnósticos, todos empenhados em buscar comprovaçőes científicas de como a espiritualidade age no organismo e na saúde cardiovascular. É importante que a pessoa busque uma prática benéfica que lhe dê prazer, que tire um tempo para curtir a família e também para se auto analisar”, orienta.
Despreparo
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, ocorrem 720 casos de paradas cardíacas por dia no Brasil. O coordenador do Centro de Treinamento em Emergências Cardiovasculares da SBC, Sergio Timerman, afirmou que a maioria dos hospitais estăo sobrecarregados e despreparados para receber pacientes que tiveram parada cardíaca ou que apresentam o quadro.
“Quando o paciente retorna de um quadro instável e năo é tratado de forma conveniente, morrem. De 100 pessoas que entram após serem ressuscitados, menos de 10% sobrevivem pela falta de cuidados pós-parada cardíaca e os pacientes que apresentam parada no hospital năo sobrevivem porque os times de profissionais muitas vezes, năo estăo preparados. É preciso que os hospitais treinem e instituam um time de resposta rápida”.
Para Timerman, os hospitais brasileiros, com poucas exceçőes, săo péssimos lugares para se ter uma parada cardíaca. “Precisamos suprir a falta de preparo dos profissionais em realizar as manobras de reanimaçăo para salvar vidas o quanto antes”, defende o cardiologista.
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Fonte: Brasil