“Boa tarde, minha gente”, é o cumprimento de Rodrigo Rollemberg ao subir em um palanque ou ao dar início a uma coletiva de imprensa. O tom familiar e a proximidade com o público fizeram parte dos últimos 60 dias em que o candidato peregrinou por todo o DF em busca do diálogo com os mais diferentes grupos sociais. Ao falar com o público, destacava ter entrado no governo com um rombo nos cofres que chegava a R$ 3 bilhőes, e colocava o ajuste das contas como um dos principais feitos do mandato.
Mas, para a reeleiçăo, ele prometeu ir além. “Com a casa arrumada, é a hora da virada”, tornou-se năo só a marca, mas também a principal promessa da campanha do socialista. E ele a repetiu por todos os cantos por onde passou. Andou de carroça pelo Sol Nascente, nadou na Praia Norte do Lago Paranoá, dançou em uma festa black no Plano Piloto e até entrou em uma rodinha punk no Porăo do Rock durante show do CPM 22.
No primeiro turno, conquistou 250 mil eleitores. Em 2014, 812.036 votos o elegeram governador. O socialista chega ao segundo turno quase 400 mil votos atrás do concorrente. O governador assumiu uma postura mais ofensiva e partiu para o ataque. O objetivo, segundo o socialista, era mostrar para a populaçăo “quem era Ibaneis”.
História
Nascido no Rio de Janeiro, Rollemberg chegou ao Distrito Federal em 1960, com um ano de idade. Filho de Teresa Sobral Rollemberg e do ex-ministro e ex-deputado federal Armando Leite Rollemberg, tem 13 irmăos, é casado com Márcia Rollemberg, com quem tem três filhos: Gabriela, Ícaro e Pedro Ivo. A entrada no cenário político ocorreu ainda na juventude, quando participou do movimento estudantil na Universidade de Brasília (UnB) e contribuiu ativamente para o processo de reconstruçăo da Uniăo Nacional dos Estudantes (UNE).
Disputou um cargo eletivo pela primeira vez em 1990, com 31 anos. Tentou uma vaga na Câmara Legislativa, mas acabou năo eleito. Em 1994 candidatou-se novamente, ficou como primeiro suplente, e assumiu por dois anos a cadeira de Wasny de Roure (PT). Elegeu-se efetivamente distrital em 1998 e, em 2002, disputou o Governo do Distrito Federal, ficando em quarto lugar. Em 2006, foi eleito deputado federal e, no pleito seguinte, virou senador da República.
Ibaneis Rocha (MDB)
» Número na urna: 15
» Profissăo: formado em direito e proprietário da Ibaneis Advocacia e Consultoria
Em um quadro cheio de nomes consolidados e sob a bênçăo das grandes famílias políticas do Distrito Federal, um outsider, que começou a corrida eleitoral com 1,4% das intençőes de voto, chega ao dia do segundo turno como favorito segundo pesquisas de intençăo de voto. Nascido em Brasília, o advogado de 47 anos era um desconhecido de grande parte do eleitorado de Brasília até julho deste ano e, agora, ostenta o mérito de ter conquistado 634 mil votos no primeiro turno das eleiçőes.
Advogado e dono de um escritório de advocacia que leva o próprio nome, Ibaneis construiu, durante a carreira, um patrimônio de R$ 94 milhőes, segundo declaraçăo à Justiça Eleitoral. Ele é o mais rico entre os 11 candidatos que disputaram o primeiro turno, e injetou R$ 3,4 milhőes do próprio bolso na campanha.
Em 14 de setembro, o advogado registrou um documento no Cartório do 1º Ofício de Protesto de Títulos de Brasília, em que se comprometeu a abrir măo do salário de governador, da residência oficial de Águas Claras e dos carros oficiais, além de honorários que o escritório comandado por ele recebe em causas envolvendo o DF.
Vida no Nordeste
A măe e o pai de Ibaneis săo de Corrente (PI) e vieram para Brasília em 1959. Ele nasceu em 1971, no Hospital de Base. Depois disso, os pais voltaram à cidade natal no Nordeste, onde Ibaneis cresceu. O emedebista voltou à capital federal no fim dos anos 1980 para ingressar no curso de direito no UniCeub. Atualmente, ele faz mestrado em gestăo pública pela Universidade de Lisboa, em Portugal.
O advogado tem dois filhos, Caio e Joăo Pedro, frutos do primeiro casamento. A atual mulher, Mayara Noronha, espera o terceiro filho do emedebista. O candidato sofreu uma Paralisia de Bell, causada por uma inflamaçăo no nervo facial que deixa um dos lados do rosto com fraqueza súbita.
A vida política de Ibaneis ganhou os holofotes no fim de julho deste ano, quando a candidatura dele ao GDF foi lançada por coligaçăo formada pelo MDB, Avante e PP. O advogado havia sido convidado pelo MDB para disputar o cargo no último ano, mas saiu do páreo para apoiar Jofran Frejat (PR). Com a renúncia do médico, o quadro mudou e o advogado voltou a assumir a cabeça da chapa.