Um levantamento feito pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalizaçăo do Sistema Carcerário e das Medidas Socioeducativas do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ) sobre o quantidade de menores infratores em regime de internaçăo no Brasil apontou que existem hoje mais de 22 mil jovens internados nas 461 unidades socioeducativas em funcionamento no Brasil.
De acordo com o CNJ, desses 22 mil, 841 meninas estăo com liberdade restrita no País (excluindo os dados de Minas Gerais, Sergipe e Amazonas que năo foram entregues).
Segundo Márcio da Silva Alexandre, juiz auxiliar da presidência do CNJ designado para atuar no DMF, adolescentes do sexo masculino se envolvem mais em crimes, grande parte deles roubos, furtos e outros atos ilícitos, como tráfico de drogas.
O documento inclui apenas os adolescentes que estăo internados e năo aqueles que cumprem outras medidas, como a semiliberdade e a liberdade assistida. A internaçăo é a opçăo mais rigorosa e năo podendo exceder três anos – sua manutençăo deve ser reavaliada pelo juiz a cada seis meses.
Segundo a pesquisa, Săo Paulo é o Estado com o maior número de menores internados, mais de 6 mil, seguido pelo Rio de Janeiro. No entanto, o Estado do Acre é o que chama mais atençăo: apesar de ter apenas 545 menores internados, estes correspondem a 62,7 de cada 100 mil habitantes no Estado.
Outra Unidade da Federaçăo que chama a atençăo na conta por 100 mil habitantes é o Distrito Federal, que fica em segundo lugar, a frente de Estados bem mais populosos e considerados mais violentos, como Săo Paulo e Rio de Janeiro. Já o Estado do Amazonas possui a maior proporçăo de adolescentes internados por decisăo provisória (sem uma sentença do juiz): 44,15% do total de internados, seguido por Ceará, Maranhăo, Piauí e Tocantins.
De acordo com o juiz Márcio Alexandre, a pesquisa foi feita para obter dados do sistema socioeducativo no País, logo no início da gestăo do ministro Dias Toffoli, presidente do CNJ, e para que possam ser estabelecidas prioridades e programas no âmbito do sistema no Brasil.
“Uma das açőes será conhecer de perto a realidade de alguns Estados que possuem um número elevado de adolescentes internados provisoriamente, quando comparados com os demais, para que essas discrepâncias possam ser analisadas e, eventualmente, corrigidas”, explicou o juiz.