onny Graham, um homem da Geórgia, EUA, se matou aos 69 anos de idade após viver por mais de 13 anos com o coração de um doador suicida.
De acordo com o jornal Beaufort Gazette, o norte-americano sofria de insuficiência cardíaca congestiva quando, em 1995, precisou passar por um transplante. Na ocasião, ele acabou recebendo o coração de Terry Cottle, que havia se matado com um tiro na cabeça. As informações são da BBC Brasil.
Passado um ano após a cirurgia, Graham procurou a família de seu doador para agradecer pelo órgão. Curiosamente, ele acabou se envolvendo com a viúva de Cottle, Cheryl, com quem se casou em 2004.
De acordo com os amigos do casal, Graham, que se matou com um tiro na garganta, aparentemente não estava deprimido. Seu corpo foi encontrado na garagem de casa em abril de 2008.
Contágio de Personalidade
A herança de personalidade reportada por transplantados é um fenômeno que há muito vem sendo estudado por cientistas. Em 2002, por exemplo, a revista cientifica Journal of Near-Death Studies publicou um estudo feito pelo neuroimunologista Paul Pearsall sobre o tema. Ele entrevistou cerca de 150 receptores que haviam recebido órgãos como coração ou pulmão, afirmando que as células vivas nos tecidos dos órgãos possuíam capacidade de memória.
Tal teoria, que ficou conhecida como “memória celular”, foi descrita em um livro de autoria de Pearsall. Por dez anos ele entrevistou pacientes que passaram por tal situação, selecionando cerca de 150 casos de pessoas que, de algum modo, experimentaram alterações relacionadas aos seus doadores.
Embora haja inúmeras pesquisas sobre a ideia de contágio de personalidade, especialistas em transplantes afirmam que são poucas as evidências científicas que corroboram uma correlação – além de não ter estudos bioquímicos aprofundados para compreender se este fenômeno realmente existe e qual o motivo de se expressar em outra pessoa.
[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]