Os termômetros na Baixada Fluminense não deixam dúvidas: o verão 2019 chegou com tudo. E para deixar a combinação ainda mais perfeita só mesmo um banho de cachoeira. Em Nova Iguaçu, por exemplo, a Reserva Ecológica do Tinguá – a 60 quilômetros da capital e a 15 do Centro do município – se tornou um verdadeiro refúgio para turistas e moradores da cidades que querem se refrescar em meio a ondas de calor que provocam sensação térmica de até 60°c.
A empregada doméstica Maria Cristina Braga, de 52 anos, aproveitou o dia de folga e tirou as filhas e netos da cama às 7h. Moradora de Shangri-lá, em Belford Roxo, ela e o grupo de sete pessoas pegaram dois ônibus e partiram em direção à cachoeira do Tinguá.
— Isso aqui é melhor do que praia. Temos que saber aproveitar as coisas boas que temos próximo de casa. Eu, por exemplo, vou gastar durante o dia todo apenas R$100. É um programa barato, divertido e seguro — conta Maria Cristina.
Entre banhos, selfies e muita cerveja há quem lance mão de moda para sair da cachoeira com a marquinha no estilo “Erika Bronze”. A dona de casa Karina Ferreira, de 30, trocou a fita isolante pelo esparadrapo e fez o seu próprio biquíni:
— Posiciono a cadeirinha dentro d’água, boto a cara no sol e fico me bronzeando até ficar com a marquinha perfeita. O bom é que o biquíni de esparadrapo é mais resistente. Só saio daqui quando a noite cai, lá pra 20h.

Além dos moradores de Nova Iguaçu e das cidades vizinhas, a cachoeira do Tinguá também tem atraído turistas de fora do Rio de Janeiro. A advogada Cleyse Mary da Silva Gomes, de 58, que é moradora de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, aproveitou a passagem pela cidade para visitar os parentes e conheceu a atração natural.
— Pra mim esse lugar aqui não perde em nada para as cachoeiras de Bonito (no Mato Grosso do Sul). Fora que é muito barato curtir aqui. Para ter uma ideia , tô o dia todo bebendo cerveja e petiscando e só gastei R$ 40. Tenho um apartamento em Copacabana, mas durante o verão a praia fica muito lotada e aqui a gente não tem o problema de ter que pisar na areia quente.

Já a cuidadora de idosos Gissineia Gomes, de 43, que é frequentadora assídua da Reserva do Tinguá, também diz que não troca a praia por nada, mas pondera:
— Deveria ter uma fiscalização maior, porque alguns donos de bares que implicam com quem traz a sua própria bebida.
Comércio festeja
Não são só os frequentadores da Reserva do Tinguá que ficam felizes com clima agradável da região, comerciantes e vendedores ambulantes também estão rindo à toa a boa frequência de público. O comerciante Bruno Costa, de 23 anos, dono do Pont da Cachoeira, conta que somente em seu bar tem recebido um público estimado de 500 pessoas por semana:
— Essa é a melhor época do ano para quem vive aqui. Esse lugar é um paraíso para a família curtir o dia inteiro. Como não podemos criar piscinas com barreiras, tivemos a ideia de colocar as mesas e as cadeiras dentro d’água. É um barato, porque o cliente é servido ali mesmo. Tudo com um ótimo preço.

Ainda de acordo com Costa, para quem gosta de curtir uma cachoeira com maior privacidade, é bom aproveitar uma folguinha no meu da semana.
— Aos domingos, a gente chega a receber mais de 150 clientes. Fica muito cheio, mas mesmo assim é bem legal — comenta o comerciante que também é morador da localidade.
Outra que também tem faturado uma boa grana é a vendedora de empadinhas Carmen Lúcia Castro, de 40 anos:
— Trabalho aqui todos os dias da semana e vendo uma média de 200 empadinhas, por dia, durante o verão. A gente ama esse lugar e tenta conservar para todos serem felizes aqui.