A Justiça do Rio mandou soltar Leonardo Almeida dos Santos, preso pela morte de Matheus Lessa em Guaratiba, na Zona Oeste. A família e amigos protestavam desde a sua prisão, alegando a sua inocência. Câmeras que ajudariam a provar a sua inocência foram conseguidas pela família e apresentada à polícia. O delegado Evaristo Pontes, da Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital) voltou atrás ao apontar Leonardo como o autor e foi pessoalmente no Tribunal de Justiça (TJRJ) pedir a sua soltura. Os verdadeiros responsáveis pelo crime foram presos.
“A justiça de Deus nunca falha, e nunca falhou. Vem pra casa, Leonardo, a vitória é sua”, comemorou uma parente de Leonardo nas redes sociais. Procurado, o delegado não se pronunciou sobre o caso. A assessoria da Polícia Civil também não retornou até a publicação da reportagem.
O juiz de plantão determinou a imediata expedição do alvará de soltura para o rapaz durante a madrugada desta quarta-feira, atendendo manifestação do Ministério Público do Rio (MPRJ). Os verdadeiros assassinos foram identificados como Yuri Gladstone Guimarães e Adeílton Santana de Oliveira, conhecido por “Boquinha”. O juiz de plantão decretou a prisão temporária dos criminosos.
‘Semelhança física’ colocou inocente na cadeia
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, inicialmente, Leonardo foi apontado por testemunhas como o autor “em razão da semelhança física com Yuri”. Apesar dos protestos e do vídeo que mostrava a vítima em outro ponto no mesmo horário aproximado do crime, somente com a prisão de Yuri Gladstone Guimarães o latrocínio foi esclarecido e Leonardo inocentado, como sustentavam os parentes.
“As quatro pessoas confirmaram de forma muito contundente e não tiveram dúvidas em apontar o Leonardo como sendo um dos autores desse latrocínio e autor do disparo da arma de fogo que vitimou o Matheus”, disse Pontes ao Fantástico, no último domingo. Os parentes de Matheus Lessa estiveram na DH-Capital novamente e prestaram um novo depoimento.
Ao DIA, Eduardo Cesar, 47, primo de Matheus, contou que durante todo o tempo não quis acreditar que Leonardo havia matado o jovem. “Eu conheço o Jorge (pai de Leonardo) há muitos anos e ele é muito correto. Em todo o tempo eu torci para que não fosse ele”, lembrou. De acordo com Eduardo, os criminosos que assassinaram Matheus eram da região.
Yuri apontou “Boquinha” e um terceiro participante no assalto ao mercadinho, em depoimento na polícia. Ele identificou o terceiro integrante do bando como Matheus, que dirigia um Ecosport, utilizado na fuga.
No depoimento, Yuri reforçou a tese de que atirou em Matheus dos Santos Lessa, filho da dona do supermercado, quando ele tentou defender a mãe. O assalto, seguido de morte, rendeu aos acusados R$ 30 e um celular, roubado de uma cliente.
Caso revelado pelo DIA mostrou prisão injusta
A ‘semelhança física’ também levou à prisão de outro inocente em julho do ano passado, conforme O DIA revelou na época. Antonio Carlos Rodrigues Junior ficou preso por sete dias no lugar de um criminoso que roubou a cônsul-geral adjunta da Venezuela no Rio.
A defesa, familiares e amigos de Prw, como é conhecido, investigaram o caso por conta própria e descobriram que o homem com qual ele era confundido já estava preso. Ele acabou inocentado e a Corregedoria da Polícia Civil abriu uma sindicância para apurar a investigação da Delegacia Especial de Apoio do Turista (Deat), na época chefiada pela delegada Valéria Aragão.



