Por ampla maioria, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou em sessão realizada ontem (2) o início do processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella. Nomes de todos os espectros ideológicos se manifestaram a favor da investigação sobre o prefeito, incluindo Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República. Durante a campanha eleitoral, o pai de Carlos recebeu o apoio formal do tio de Crivella, o bispo Edir Macedo, que também é proprietário da Record TV. Como se vê, não houve uma recíproca nessa relação familiar.
Incluindo o voto de Carlos, que também é conhecido nos bastidores pela alcunha de Tonho da Lua, foram 35 vereadores desfavoráveis ao prefeito Crivella, enquanto apenas 14 o apoiaram. O número já é suficiente para a retirada do chefe do Executivo municipal do cargo caso se repita na segunda votação, projetada para daqui a cerca de 3 meses.
O Rio de Janeiro atualmente está sem vice-prefeito, já que o engenheiro Fernando Mac Dowell, eleito na chapa de Crivella, faleceu no ano passado. Assim, caso o prefeito seja derrubado, assumirá diretamente o presidente da Câmara, que atualmente é o vereador Jorge Felippe, do MDB. Por esse motivo, inclusive, ele não foi autorizado a votar.
A cobertura da sessão contou com uma transmissão especial feita pelo SBT Rio na internet. A Globo, que durante a campanha de 2016 foi firme nas denúncias contra Crivella, se mostrou serena, equilibrando a exibição de discursos a favor e contra o prefeito nas suas reportagens. Já a Record TV reencarnou o discurso petista durante o impeachment de Dilma Rousseff e antes mesmo da votação começar a tratava como um “golpe municipal” (foto acima). O GC foi exibido durante a edição carioca do Balanço Geral. Várias outras matérias foram levadas ao ar tentando desqualificar os autores das denúncias de que o prefeito teria renovado o contrato com uma empresa que cuida da publicidade urbana sem realizar a devida licitação.