A força-tarefa do Ministério Público Federal e agentes da Polícia Federal cumprem nesta manhã de quarta-feira mandados de prisão e de busca e apreensão contra o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes e os empresários Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin, uma das maiores distribuidoras de material médico, e de seu sócio, Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa.
A operação denominada “Osteoporose” marca a chegada da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio, chega à área da Saúde e revela como funcionava um dos mais profundos e duradouros golpes na rede pública.
O MPF e a PF acusam os três envolvidos de comandar um cartel de distribuidoras e fornecedoras de serviços que teria fraudado as licitações da secretaria de Saúde durante a gestão de Côrtes (2007-2013). Equipes da força-tarefa também cumprem nesta manhã uma série de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.
Na delação homologada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, o advogado Cesar Romero Vianna, ex-secretário executivo de Côrtes na Saúde, denunciou o pagamento de propina nas compras de equipamentos importados. O golpe pode ter custado pelo menos R$ 300 milhões anuais aos cofres do governo estadual.
Parte do dinheiro desviado, segundo o delator, era entregue a Carlos Miranda, apontado como o coletor de propinas do ex-governador Sérgio Cabral. Outra parte seria rateada entre Côrtes e Cesar Romero, que agora irá devolver o dinheiro.
Romero, na condição de subsecretário executivo, foi braço-direito de Sérgio Côrtes até ambos romperem em 2010. Antes, eles atuaram juntos no Into. O delator é primo de Verônica Vianna, mulher do ex-secretário.