O Velho Guerreiro faz parte do imaginário de quem viveu e lembra da década de 1980. Chacrinha, para alguns um gênio, e para outros um chato, fez história no mundo televisivo e da comunicação como um todo. Nordestino, sua marca registrada era a maneira com a qual lia os textos, sempre com uma interpretação única, que beirava o caricato , mas tecnicamente perfeita.
Abelardo começou no rádio, onde fez suas primeiras locuções, vendeu seus primeiros anúncios, e ali viu que tinha jeito para a coisa. Na minissérie, “Chacrinha” exibida a partir de segunda-feira, 14/1 pela Globo, são mostrados alguns lados pouco conhecidos de Abelardo, jovem – interpretado por Eduardo Sterblitch com seu visual mais tradicional, de terninho, diferente de sua marca registrada, a cartola, a buzina, muito brilho, tudo na maior extravagância.
O que pouca gente sabe é que o Velho Guerreiro abandonou a faculdade de medicina em busca de seu sonho: ser um comunicador. A série foi baseada no filme sobre a vida de Chacrinha. A película foi dirigida por Andrucha Waddington. O roteiro ficou a cargo de Claudio Paiva.
Waddington emitiu uma nota à imprensa dizendo: “Chacrinha é uma figura extraordinária, talvez o maior ícone pop brasileiro do século 20, mas optamos por retratá-lo como um ser humano, de uma forma não romantizada, uma pessoa que, como qualquer outra, tem um lado solar e um lado menos solar”. A definição do diretor casa muito bem com a história
Chacrinha é retratado em duas fases de sua vida: mais jovem, e mais velho, já com todos os apetrechos. Essa fase mais exuberante contou com a interpretação de Stepan Nercessian, que representou o Velho Guerreiro mais velho. Já a fase de Chacrinha no rádio foi vivida por Eduardo Sterblitch.
“Era importante fazer essa passagem entre as fases com consistência, para dar credibilidade ao personagem. Acho que conseguimos, eu e Eduardo, fazer o personagem de maneira humanizada, crível”, disse Nercessian.
“A série é uma oportunidade de levar para ainda mais pessoas tudo o que Chacrinha representou. Como ator, foi um grande desafio e contei com a parceria fundamental do Stepan”, afirmou Sterblitch.
Costurando as tramas algumas cenas reais de épocas distintas como a a época de ouro do rádio, a televisão começando no Brasil, os calouros e os jurados, as famosas chacretes, a censura e até o tropicalismo.
“O material documental da série colabora com a parte ficcional de uma maneira muito interessante, porque contextualiza a figura do Chacrinha e sua personalidade com a época em que ele vivia”, afirma o roterista Claudio Paiva. Essa é uma ótima oportunidade para entender melhor a televisão atual através de um grande personagem.