O diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis, enviou esta segunda-feira um e-mail ao governo federal solicitando sua aposentadoria compulsória retroativa por “homossexualismo”. O requerimento foi uma forma irônica de protestar contra a liminar expedida na última sexta-feira que autorizas psicólogos a oferecerem terapia de reversão sexual.
— É minha forma de protestar. E também anunciamos que, se for necessário, recorreremos contra a liminar no Supremo Tribunal Federal e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Toni Reis enviou o requerimento para o juiz federal Waldemar Cláudio Carvalho, que assina a decisão judicial; para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge; e para os ministros Ronaldo Nogueira (Trabalho e da Providência Social) e Ricardo Barros (Saúde).
Segundo o texto, a liminar “infere que as pessoas homossexuais são doentes”. Reis afirma que, de acordo com estatísticas, há 20 milhões de homossexuais no país, e que agora seriam “elegíveis para receber aposentadoria por invalidez”.
No requerimento, ele afirma que, “sendo uma dessas pessoas inválidas, devido à minha condição homossexual que é de notório saber, venho por meio deste requerer minha aposentadoria compulsória, com direito a acompanhante especializado, retroativa até o início das primeiras manifestações da minha homossexualidade, por volta do ano de 1970”.
Toni Reis sugere que o valor mensal do benefício seja de 24 salários mínimos e que os aposenados tenham direito a passaporte diplomático “para poder empregar o tempo ocioso em viagens ao exterior, buscando a cura em centros avançados, e também divulgando a boa nova brasileira relativa à cura do ‘homossexualismo'”.