O número de crianças mortas após o atentado em uma crechemunicipal de Janaúba, no Norte de Minas Gerais, subiu para sete (quatro meninos e três meninas). Cecília Davina Gonçalves e Yasmin Medeiros Salvino, ambas de 4 anos, estavam internadas na Santa Casa de Montes Claros, mas não resistiram aos ferimentos.
Nesta quinta-feira, Cecília havia sido dada como morta, mas resistiu ao ser reanimada. Entre as vítimas, está também a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, que chegou a tentar conter o vigia Damião Soares dos Santos, 50 anos, autor do ataque que também morreu.
Damião jogou gasolina no próprio corpo, nas crianças e em seguida ateou fogo. Ele morreu à tarde, no hospital com quase 100% do corpo queimado.
Outras 8 crianças e dois adultos seguem internados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, todos em estado grave por queimadura e intoxicação. Já em outro hospital da capital mineira, o Odilon Bherens, estão três crianças. No total, são 50 vítimas, sendo 42 feridos.
O delegado Bruno Fernandes Barbosa contou que a professora chegou a tentar conter o autor do crime.
— A conduta dela foi heroica, ela mostrou que estava ali realmente pra proteger todas aquelas crianças — disse o delegado.
A professora Heley Abreu era mãe de um casal adolescente e de um bebê de um ano.
— Trabalhamos há anos juntos e dei aula para os filhos dela. Uma excelente professora e ótima pessoa. Todos tinham um carinho enorme por ela — relata o professor de Educação Física Izael Junior.
Segundo o profissional, Heley carregava marcas de outra tragédia pessoal: há mais de dez anos, lembra ele, a professora perdeu um fillho afogado na piscina de um clube. O menino tinha quatro anos:
— Foi terrível, mas também vieram boas conquistas depois. Já quase com 40 anos e dois filhos crescidos, ela recebeu a notícia de que teria mais um filho. Nem estava esperando. Todos ficaram muito felizes. Quando soube até achei que ela estava brincando. Hoje o menino está com um ano.