A Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) da Polícia Civil estourou, na tarde desta sexta-feira (20), a maior oficina de armas do tráfico do Rio de Janeiro. Dentro do imóvel número 16 da Rua São Gabriel, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio, os agentes encontraram um verdadeiro arsenal desmontado em milhares de peças. No total havia sete fuzis e seis pistolas.
Quatro homens foram presos em flagrante, entre eles Carlos Alberto de Almeida, de 36 anos, apontado como o armeiro de uma das maiores facções criminosas do estado. Almeida é sargento lotado na Escola de Sargentos de Logística do Exército (EsSLog), responsável pela formação e aperfeiçoamento de manutenção de material bélico. A operação contou com apoio do próprio Exército.
“Ele [Almeida] era um dos maiores armeiros dos criminosos do Rio de Janeiro atualmente”, afirma o delegado Fabrício Oliveira, titular da Desarme, acrescentando que há pelo menos dez anos o militar trabalhava para traficantes das favelas Vila Aliança, Coreia, Vila dos Pinheiros, Parada de Lucas , Serrinha, Dendê, além de comunidades da Baixada Fluminense.
Além do sargento, foram presos ainda Alexsandro Rodrigues Figueira, de 34 anos, conhecido como Gordinho; Felipe Rodrigues Figueira, 31 anos, e Murilo Barbosa Ludigeiro, de 22. Os quatro foram presos em flagrante quando fabricavam peças de armas de fogo e montavam fuzis que seriam entregues aos chefes do tráfico de drogas da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).
Após três meses, a investigação da especializada chegou ao endereço onde a quadrilha do militar montava, desmontava e limpava armas. Neste tempo, os policiais descobriram que o criminoso chegou a montar oficinas itinerantes, dentro das próprias favelas, para diminuir o risco de sofrer um ataque da polícia.
“Soubemos que ele montou, recentemente, uma oficina dessas na própria Rocinha, após ser contratado diretamente pelo próprio Rogério 157 [Rogério Avelino da Silva]. Seria a primeira vez que ele atuaria em uma comunidade dominada pela facção Amigos dos Amigos (ADA)”, completa Oliveira.