O ano de 2025 começou com um sinal de alerta para o estado do Rio de Janeiro. Apenas nas primeiras semanas, foram registrados 810 casos prováveis de dengue, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde. O levantamento, que cobre o período de 29 de dezembro de 2024 a 14 de janeiro de 2025, aponta ainda que 50 pessoas precisaram ser internadas devido à gravidade da doença. Apesar dos números preocupantes, até o momento, não há mortes confirmadas.
Os dados são inseridos diariamente no Monitora RJ, ferramenta digital mantida pela Secretaria, que reúne informações enviadas pelos municípios. O sistema é considerado fundamental para o acompanhamento em tempo real da evolução dos casos e para a adoção de medidas preventivas.
2024: Um Ano de Alerta para a Dengue
O histórico recente reforça a necessidade de atenção redobrada. Em 2024, o estado do Rio registrou mais de 300 mil casos prováveis de dengue, número alarmante que resultou em 232 mortes ao longo do ano. O elevado índice colocou o Rio de Janeiro em estado de alerta, destacando a importância do combate ao mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
Entre as razões para o aumento dos casos no ano passado, especialistas apontam fatores como o clima quente e úmido, que favorece a reprodução do mosquito, além da circulação de diferentes sorotipos do vírus. Esses elementos, somados à falta de conscientização em algumas áreas sobre a eliminação de criadouros, têm contribuído para a propagação da dengue no estado.
Dengue Tipo 3: O Retorno de um Inimigo Perigoso
Na semana passada, a Secretaria de Estado de Saúde confirmou o primeiro caso de dengue tipo 3 de 2025. Esse sorotipo, menos comum nos últimos anos, reacende preocupações, já que muitas pessoas podem não ter imunidade contra ele, aumentando as chances de surtos mais graves.
De acordo com especialistas, a reintrodução do tipo 3 pode resultar em quadros mais severos, como a dengue hemorrágica, especialmente em pessoas que já foram infectadas por outro sorotipo. “A circulação de diferentes tipos do vírus em uma mesma região eleva a probabilidade de casos graves e reforça a necessidade de vigilância epidemiológica”, alerta um infectologista da rede estadual.
Ações de Combate e Prevenção
Para conter o avanço da dengue, o governo do estado e os municípios têm intensificado as ações de combate ao mosquito. Entre as medidas adotadas estão:
- Campanhas educativas para conscientizar a população sobre a importância de eliminar criadouros do Aedes aegypti, como recipientes com água parada.
- Vistorias em residências e espaços públicos, realizadas por agentes de saúde, para identificar e eliminar possíveis focos do mosquito.
- Mutirões de limpeza, especialmente em áreas mais vulneráveis, como comunidades e regiões com grande acúmulo de lixo.
- Distribuição de inseticidas e larvicidas, além da pulverização em locais estratégicos.
A população também desempenha um papel crucial nesse enfrentamento. Medidas simples, como tampar caixas d’água, limpar calhas e descartar corretamente pneus e outros objetos que podem acumular água, são fundamentais para reduzir os riscos de proliferação do mosquito.
Sintomas e Cuidados
Os principais sintomas da dengue incluem febre alta, dores musculares intensas, dor atrás dos olhos, náuseas e manchas vermelhas na pele. Em casos mais graves, podem ocorrer sangramentos, dificuldade respiratória e queda brusca na pressão arterial.
Ao apresentar sintomas, é essencial procurar atendimento médico imediatamente, especialmente em situações que envolvam agravamento. O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são cruciais para evitar complicações.
O Desafio de 2025
O aumento dos casos nas primeiras semanas de 2025 exige atenção tanto da população quanto das autoridades. A comparação com os números do ano anterior, que já foram alarmantes, reforça a necessidade de medidas urgentes e coordenadas.
Além das ações preventivas, especialistas defendem o investimento contínuo em pesquisas e no desenvolvimento de vacinas que possam ser amplamente distribuídas. Recentemente, a Anvisa aprovou a segunda vacina contra a dengue no Brasil, ampliando as opções de proteção para a população. No entanto, a imunização é apenas uma das ferramentas no combate à doença e não substitui a eliminação dos criadouros do mosquito.
Conclusão
Com o verão no auge, o Rio de Janeiro enfrenta um cenário preocupante no que diz respeito à dengue. Os 810 casos prováveis registrados até agora são um lembrete claro da necessidade de união entre poder público e população no combate ao Aedes aegypti.
A luta contra a dengue é contínua e exige vigilância constante. Cada gesto conta, desde ações simples, como evitar água parada, até o engajamento em campanhas e denúncias de locais com focos do mosquito. A saúde pública é uma responsabilidade coletiva, e juntos, é possível enfrentar esse desafio e proteger vidas.