Andarella fecha lojas, demite funcionários e atrasa pagamentos no Rio

A rede de sapatarias Andarella passa por uma grave crise financeira. Apenas de novembro até agora, a empresa demitiu cerca de 35 pessoas. E os funcionários ainda empregados estão sem vale-transporte e vale-alimentação e com salários atrasados por até 45 dias.
Segundo Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio, muitos funcionários demitidos disseram que negociaram com a empresa o parcelamento da verba rescisória, mas não vêm recebendo as parcelas e nem tiveram os benefícios de INSS e FGTS depositados.
A rede também deve meses de pagamentos a vários fornecedores. Só uma das dívidas ultrapassa R$ 18 mil.
— Fizemos uma renegociação e eles continuam não pagando. Eu entro em contato com eles, eles pagam R$ 500 e depois somem. Não atendem telefone, dizem que não estão, e a coisa não anda. A gente não consegue nenhuma posição para receber deles — disse um dos fornecedores, sem se identificar.
Além das demissões e atrasos nos pagamentos, a loja já fechou três lojas no Rio, do semestre passado até agora: uma na Vila da Penha, na Zona Norte, outra em Ipanema e outra no Leblon, ambas na Zona Sul. A rede ainda tem, segundo o seu site, 14 lojas na capital.
Ex-funcionários atribuem problemas a uma a crise interna
O EXTRA ouviu funcionários demitidos da empresa, que foram unânimes: a crise dentro da rede se agravou devido a má gestão.
— Foram vários problemas familiares. É uma empresa de dois amigos. Quando um deles morreu e o filho dele assumiu , o negócio nunca mais deu certo. Há uns dois anos, ficou a viúva desse falecido, que disse que comprou a parte dos filhos, e o outro, um senhor que está doente. E aí os dois não deram certo. Só ele ficou. E ele não tem condições físicas nem emocionais de assumir a empresa. Deixou a empresa na mão da mulher, colocou diretores que não são do ramo de varejo e nem de calçados. Então, isso tomou uma proporção violenta — disse uma ex-funcionária, sem se identificar.
Segundo outra ex-funcionária, a situação de gerentes e vendedores é pior:
— Não tem vale-transporte, cortaram o ticket-refeição, que era o mais baixo do mercado, R$ 6. Tudo eles burlam. Quem está lá dentro ainda recebe o salário parcelado.
Procurada, a Andarella não quis comentar o assunto.