A professora e especialista em segurança pública Jacqueline Muniz, reconhecida por suas análises sobre a violência no Rio de Janeiro, foi incluída no Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas, do governo federal, após receber ameaças de morte.
As intimidações ocorreram dias depois de uma declaração polêmica dada por Muniz durante uma entrevista, na qual afirmou que traficantes do Rio poderiam ser enfrentados “facilmente” com pedras, caso o Estado realmente controlasse o território e garantisse segurança à população.
A frase viralizou nas redes sociais, gerando forte repercussão e reações violentas de grupos ligados ao tráfico e também de internautas que interpretaram a fala como uma provocação. Desde então, Jacqueline relatou ter sido alvo de mensagens ameaçadoras e tentativas de intimidação, o que levou o Ministério dos Direitos Humanos a acionar o programa de proteção.
Em nota, o governo federal informou que a decisão foi tomada para “garantir a integridade física e psicológica da professora”, destacando que o Brasil precisa assegurar a liberdade de expressão de quem atua em defesa dos direitos humanos e na promoção da segurança pública.
Jacqueline Muniz é professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e há décadas atua em estudos sobre políticas de segurança, criminalidade e forças policiais. Ela defendeu que sua fala foi mal interpretada, e que seu objetivo era criticar a ausência do Estado em comunidades dominadas por facções, e não desrespeitar as vítimas da violência.
“Quando o Estado se omite, o poder paralelo cresce. Não é com pedras que se enfrenta o crime, mas com presença, inteligência e políticas públicas”, declarou a professora.
A Polícia Federal acompanha o caso.



